Select Page

Interview with the Vampire: A versão mais Queer da obra de Anne Rice

Interview with the Vampire” deu a conhecer aos espectadores do AMC o Universo Imortal de Anne Rice com a sua estreia no canal.

Neste Mês do Orgulho LGBTQIA+ relembramos aquela que é uma das obras de fantasia atuais mais celebradas pela comunidade, “Interview with the Vampire”, que adapta a aclamada obra de Anne Rice publicada em 1976.

Anne Rice sempre demonstrou estar muito à frente do seu tempo, tendo criado um mundo de fantasia gótica numa altura em que o género era visto com maus olhos, era tido em conta como algo demoníaco e pouco aceite pela sociedade. Porém, Rice conseguiu quebrar o preconceito, e desenvolveu um mundo rico e diverso que conta uma verdadeira história de amor entre figuras sobrenaturais como até então não se tinha visto.

ROMANCE E FANTASIA

Interview with the Vampire” deu a conhecer aos leitores a história de Louis de Pointe du Lac, um empresário de Nova Orleães que desenvolve uma parceria com um estrangeiro recém-chegado à cidade, Lestat de Lioncourt. No entanto, a relação entre os dois vai mais além do que uma simples amizade, revelando-se algo muito mais tórrido e inovador, é uma verdadeira paixão que redefine o conceito de romance entre um vampiro e humano, introduzindo uma perspectiva Queer única para a época.

Interview With the Vampire T1 AMC

Com a adaptação da popular saga de livros à TV, a equipa de produtores e argumentistas procurou desenvolver a obra mais fiel à visão de Anne Rice até agora produzida, como tal, os fãs dos livros podem desfrutar daquela que se revela como a adaptação mais Queer até agora, tal como Jacob Anderson, que dá vida a Louis de Pointe du Lac na série, referiu em entrevista com a imprensa internacional: “Nos livros, eles têm uma relação romântica. No final, estão casados. Talvez Anne Rice não soubesse muito bem qual era a relação deles no início – o estilo é muito diferente no primeiro livro”.

A própria autora vê a sua obra como uma forte peça de literatura LGBTQIA+, muito devido à sua própria personalidade: “Nos meus livros, sempre criei laços de amor que transcenderam o género… Sempre fui uma grande defensora dos direitos dos homossexuais e da arte produzida por pessoas homossexuais – quer se trate dos primeiros filmes de Frankenstein, que tinham uma sensibilidade homossexual, ou de qualquer arte criada por pessoas homossexuais. Sou muito sensível a isso. Tenho uma sensibilidade gay”, revela Anne Rice.

UNIVERSO QUEER DE ANNE RICE

A série de “Interview with the Vampire” distancia-se das demais adaptações da obra de Anne Rice ao tornar evidente a sua raiz temática centrada no romance de Louis e Lestat, um contraste particularmente evidente quando comparada com a versão cinematográfica da história, protagonizada por Brad Pitt e Tom Cruise, que esteriliza qualquer ligação romântica entre as personagens.

ENTREVISTA CON EL VAMPIRO, DE ANNE RICE

Jacob Anderson refere ainda que, apesar da subtileza da obra de Rice, a relação entre os dois é bem clara, mesmo que reprimida: “Quando olhamos para trás, com o contexto de outros livros, vemos que este homem estava muito reprimido e tão magoado com o que aconteceu entre ele e Lestat que não conseguia reconhecê-lo como seu amante, como seu parceiro, como seu grande amor”.

Desta forma, a série criada por Rolin Jones completa a visão de Anne Rice que, ao longo dos anos após a publicação do livro, demonstrou receio que a sua obra nunca fosse adaptada ao ecrã devido ao homoerotismo inerente nela presente.

Lembra-te

O Universo Imortal de Anne Rice continua a fazer-se sentir no AMC com a exibição de “Mayfair Witches” todas as segundas-feiras.

Descobre também outras novidades no nosso blogue.