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No intrigante universo dos leilões de arte, o valor de uma obra não se limita apenas à sua qualidade artística “objetiva”. Modas, campanhas publicitárias e até mesmo a história por trás da peça desempenham papéis cruciais na determinação dos preços exorbitantes alcançados. No entanto, a maioria das obras dos grandes mestres não entra no mercado comercial, pois muitas integram coleções reais. Mas não é por isso que deixam de estar grandes obras no mundo dos leilões.
Qual é que foi a primeira grande venda?
A 30 de março de 1987, na Christie’s em Nova Iorque, a famosa natureza morta de Vincent van Gogh, Sunflowers, alcançou a extraordinária marca de 36 milhões de euros em leilão. O magnata japonês Yasuo Goto tornou-se o feliz proprietário, adicionando-a à coleção do Museu Sompo, em Tóquio. Porém, nos dias de hoje, esta obra está já longe da marca e valorização mais alta.
Os leilões mais caros
As obras de arte mais caras do mundo não nos cativam apenas pela sua componente artística, mas também pela narrativa intrigante que as envolve. De leilões frenéticos a tragédias históricas, cada peça conta a sua própria história, contribuindo para a riqueza cultural e financeira do mundo da arte:
1. Salvator Mundi de Leonardo da Vinci (410 milhões de €)
A 15 de novembro de 2017, no leilão da Christie’s em Nova Iorque, Salvator Mundi tornou-se na obra de arte mais cara de sempre. Supostamente encomendado pelo Rei Luís XII por volta de 1500, o quadro não foi atribuído a Leonardo da Vinci até ao século XXI. Roubado pelos nazis na Segunda Guerra Mundial, passou por várias mãos até ser adquirido por Robert Simon e Alexander Parrish em 2005 por 1 368 euros. Curiosamente, Salvator Mundi é também conhecido como “O Leonardo Perdido”, sendo a primeira obra de Da Vinci descoberta desde 1909.
2. Interchange de Willem de Kooning (273 milhões de €)
Anteriormente a obra de arte mais cara já vendida de Willem de Kooning, artista holandês-americano, influenciou o estilo expressionista abstrato com suas obras gestuais, frequentemente inspiradas em figuras, paisagens e naturezas-mortas. Este quadro abstrato marcou uma mudança no estilo de Kooning, passando de pinturas abstratas de mulheres para paisagens abstratas. O ponto central destaca-se pelo rosa, representando uma mulher reclinada em meio a um fundo dinâmico.
3. The Card Players de Paul Cézanne (228 milhões de €)
Na década de 1890, Paul Cézanne concebeu uma série de cinco obras que retratam trabalhadores a jogar cartas. A serenidade desta pintura marca uma mudança em relação às anteriores peças dramáticas e coloridas do artista. Cada quadro apresenta ligeiras nuances, como o número de pessoas à mesa, a localização do jogo e até mesmo as dimensões das telas.
4. Nafea Faa Ipoipo? De Paul Gauguin (191 milhões de €)
Paul Gauguin explorou o Taiti pela primeira vez em 1891, rendendo-se à ilha e ao seu povo, no ano seguinte, criou Nafea Faa Ipoipo?, uma obra pós-impressionista que retrata duas mulheres. Este quadro marca um dos primeiros trabalhos após a sua chegada ao Taiti, focando-se numa jovem nativa com uma flor branca (símbolo na cultura tradicional que indica que a pessoa está pronta para o casamento), enquanto a sua mãe a protege carinhosamente. Curiosamente, após a morte de Gauguin, a primeira venda de Nafea Faa Ipoipo? foi feita por apenas 7 francos.
5. Number 17A de Jackson Pollock (182 milhões de €)
Esta obra reflete a ousadia e rebeldia artística de Pollock, destacando-se pela composição dinâmica e salpicos caóticos de tinta. O Number 17A, um óleo sobre painel de fibras, exemplifica a técnica gota a gota introduzida por Pollock em 1947. Um vórtice de cores complexo forma-se com camadas de tinta, onde amarelo, azul e preto suavizam a imagem.
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