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“Anjos” e “Leões” enchem as prisões portuguesas

Grupos violentos obrigam a transferências nos estabelecimentos prisionais

Em dois meses as prisões portuguesas viram subir os números da população prisional. Por um lado, com o maior – e mais polémico – grupo de motards do mundo HAMC (Hells Angels Motorcycle Club) e por outro com os membros envolvidos no ataque à Academia do Sporting.

O mesmo destino – prisão preventiva – por crimes de violência extrema, detenção de armas e até terrorismo. Mais de cinquenta homens considerados perigosos e violentos exigiram a necessidade de abrir espaço nas prisões portuguesas e de fazer algumas transferências de reclusos para outros estabelecimentos.

A investigação aos membros dos Hells Angels já dura há algum tempo, mas foi acentuada no início de Julho quando a polícia judiciária desenvolveu uma megaoperação em todo o país e deteve vários membros do grupo que comemora este ano o 70º aniversário do seu nascimento na Califórnia.

Houve detenções no Porto, em Cascais, em Lisboa e no Algarve. No total, 58 detidos acusados ​​de crimes de violência, extorsão, roubo, tentativa de homicídio e tráfico de drogas.

Ao mesmo tempo, cresceu o número de homens detidos pelo ataque às instalações da Academia do Sporting, em Maio. O grupo que agrediu violentamente os jogadores da equipa, treinadores e staff, entrou a correr no complexo desportivo e saiu sem qualquer impedimento dos seguranças.

Para além dos 23 atacantes que a GNR deteve no momento, foram detidas mais quatro pessoas, entre elas o antigo líder da Juventude Leonina Fernando Mendes, e posteriormente outras nove pessoas, todos em prisão preventiva. No total, já foram detidos 37 homens.

Já passaram dois meses para o grupo de atacantes e não se espera que saiam em breve. No caso dos Hells Angels, o juiz decidiu manter 39 dos 58 motards em prisão preventiva; os restantes 19 não podem sair do concelho onde habitam e foram proibidos de se aproximar da cidade de Faro e de frequentar clubes ou outras concentrações de motards.

Entre “leões” e “anjos”, as autoridades foram obrigadas a redistribuir os presos, tanto novos quanto antigos. Os detidos da Juve Leo foram transferidos da prisão para abrir espaço para os detidos dos Hells Angels.

Segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), esta “operação complexa” contribuiu para o “desmantelamento da associação criminosa” Hell’s Angels. No caso do Sporting, o seu presidente, Bruno de Carvalho, foi demitido por 71% dos votos dos membros. A Juventude Leonina anunciou que 14 dos atacantes são sócios da claque e foram suspensos de forma provisória e imediata até que o proceso judicial esteja concluído.