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Assassino em série, nasce ou desenvolve-se?

Há anos que as ciências responsáveis pela investigação criminal estudam o comportamento psicopata dos assassinos em série, com um objetivo meramente preventivo. Desde então, foram apresentadas inúmeras hipóteses onde são analisados diferentes fatores que poderiam estar relacionados. Contudo, estes são estudos complementares, mas ainda não são conclusivos por si só.

PRIMEIRA INVESTIGAÇÃO

Em 1870, o Doutor em Psiquiatria e fundador da Antropologia Criminal, Cesare Lombroso, afirmou que o assassino tem uma morfologia física especial que o predispõe ao crime. De acordo com a sua teoria, o assassino seria o elo que faltava entre o animal e o homem. A partir daí, começou o trabalho de investigação em diferentes campos da ciência, psicologia e sociologia, para tentar prevenir o ato criminoso.

 

ASSASSINO, EM AÇÃO OU EM POTENCIAL?

O objeto de estudo da ciência centra-se nas características genéticas, biológicas, neurológicas e sociais. Vejamos como abordam a questão:

 

Estudo endógeno do assassino

– Fatores genéticos

Desde o início da década de 1960, investigadores como Jacobs ou Rutter e Hegell argumentam que a tendência criminosa está relacionada com o cromossoma XYY, conhecido como o cromossoma do crime, responsável por comportamentos mais agressivos e anti-sociais.

A investigação conduzida em 2009 pela Universidade de Brown centra-se no chamado “gene guerreiro”, a enzima (MAOA) que regula os neurotransmissores responsáveis pelo controlo de impulsos.

Outros estudos notáveis referem-se aos antecedentes genéticos da família, uma tese iniciada por Lombroso, que afirmou que o gene criminoso é transmitido pelos pais aos filhos.

– Fatores neurológicos:

A chamada “procura de sensações” foi o que levou Zuckerman (1979) a supor a necessidade de os assassinos em série terem constantemente novas experiências, de alto risco e estimulantes, a fim de alcançarem sensações agradáveis e controlo.

– Fatores bioquímicos

A deficiência na produção de seratonina (um grande atenuador do sofrimento) e a concentração de testosterona no indivíduo aumentam a violência.

– Fatores causados por um acidente cerebral

Consequências de certos tipos de lesões para o cérebro. A sua alteração poderia desenvolver uma agressividade excessiva.

 

Estudo exógeno do assassino

– Fatores psicológicos:

Antecedentes relacionados com doenças mentais, tais como esquizofrenia, ou abuso de narcóticos ou drogas aumentam as hipóteses de cometer algum delito.

– Fatores sociais

Ambiente familiar e social, traumas de infância, abuso sexual, comportamento violento dos pais ou do ambiente. De acordo com a teoria de Jacques Rosseau, o homem não é violento por natureza, é o ambiente que o torna agressivo.

 

Em conclusão, a génese do assassino depende de diversos fatores, intrínsecos e extrínsecos. E enquanto a investigação continua, alguns criminosos nascem, outros são criados…