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Existe o crime perfeito?

Para considerar um crime perfeito é necessário apenas uma coisa: que o autor do crime seja um enigma. Ainda que a maioria dos casos seja descoberto mais cedo ou mais tarde, alguns permanecem sem solução. Existem vários factores no planeamento de um assassinato que podem salvar um criminoso da prisão. Entre esses, destacam-se os seguintes:

A escolha das vítimas

Quanto mais afastada estiver a vítima da vida social do assassino, maiores serão as probabilidades de evitar que este seja identificado. Assassinos ou mercenários itinerantes são os mais difíceis de capturar, já que toda a investigação criminal tem em conta vários detalhes da vida da vítima. O “Assassino do Zodíaco” seria um exemplo de crime sem resposta.

 

Motivação

Os perfis mais difíceis de identificar são aqueles que se afastam de crimes passionais. Os assassinos cuja motivação para cometer o crime é apenas provocar dor e assassinar, são mais esquivos. Casos como o crime de Alcácer continuam a ser um enigma que gera inúmeras especulações sem conclusões em concreto.

 

Modus operandi

A forma como um assassino comete o crime pode ser um inconveniente para a investigação. Um planeamento detalhado, que às vezes implica um longo período de tempo, e o tipo de arma usada (algumas são facilmente vinculadas ao autor, porque exigem informações sobre os estabelecimentos que vendem venenos, armas de fogo, cordas, …), por exemplo. Por sua vez, é difícil condenar alguns criminosos devido à sua dupla personalidade ou à sua relevância social, como foi o caso de Ted Bundy, um perfil que levantava poucas suspeitas.

 

Cenário do crime

Não é o mesmo assassinar de dia ou de noite, no inverno ou no verão, numa cidade ou num bosque. Quanto mais afastado o corpo da vítima estiver do assassino, maiores serão as hipóteses de salvaguardar o seu anonimato. Tommy Lynn Sells, o homem que deixou um grande número de vítimas espalhados pelos 10 estados dos EUA, tentou ficar anónimo mas sem sucesso.

 

Provas

O assassino deixa sempre algum tipo de prova na cena do crime, por mais invisível que pareça. Acontece que para evitar a existência de alguma pegada biológica e sintética, o assassino teria que roubar um uniforme da NASA. Outra opção é cometer um ataque terrorista, onde há tantas vítimas e mistura de ADN que torna a identificação do autor quase impossível.

 

Álibi

Um assassinato não pode ser cometido à distância, é necessário ter uma presença directa. Esta é uma das razões pelas quais muitos criminosos deixam provas de estar num local diferente do do assassinato; testemunhas, operações de cartão de crédito feitas por um cúmplice, telefonemas na hora de cometer o crime ou um falso culpado ao estilo dos filmes de Hitchcock.

Em conclusão, fica um dilema: Crime perfeito ou investigação imperfeita?