Até onde pode ir o amor de uma mãe pela sua filha? Esta é a história verídica de como a relação entre Gypsy Rose e a sua mãe Dee Dee Blanchard foi quebrada pelas mentiras e no fim pela morte.
A relação entre mãe e filha é frequentemente vista como uma relação de amor, proteção e orientação. No entanto, para Gypsy Rose Blanchard a relação com a sua mãe, Dee Dee Blanchard, era tudo menos carinhosa. Em vez disso, era uma ligação tóxica e profundamente manipuladora. O abuso psicológico e o controlo de Dee Dee sobre Gypsy não só foram prejudiciais como alteraram a sua vida, moldando a identidade de Gypsy, a sua visão do mundo e as suas ações drásticas de uma forma que deixou cicatrizes visíveis e ocultas.
Conheça todos os detalhes desta história verídica que impressionou milhares de pessoas e que será contada num especial do AMC Crime composto por duas séries que serão emitidas durante o mês de outubro— As Confissões de Gypsy Rose e Gypsy Rose: Depois da Prisão.
Os segredos de uma mãe
À primeira vista, Dee Dee Blanchard parecia ser uma mãe dedicada a cuidar de uma filha com uma doença crónica. Gypsy foi apresentada ao mundo como uma criança que sofria de uma série de doenças — distrofia muscular, leucemia, epilepsia e deficiências intelectuais. Dee Dee apresentou-se como a sua prestadora de cuidados e ganhou a simpatia e o apoio das comunidades, instituições de caridade e profissionais de saúde.
No entanto, este retrato estava longe de ser verdade. Dee Dee sofria de uma perturbação psicológica conhecida como Síndrome de Munchausen by Proxy, uma forma de abuso infantil, onde a pessoa que cuida de uma criança inventa sintomas falsos ou provoca sintomas reais para que pareça que a criança está doente. Durante anos, Dee Dee submeteu Gypsy a procedimentos médicos desnecessários, visitas ao hospital e medicamentos, tudo em nome de a manter “doente” e sob controlo.
Controlo psicológico e isolamento
A verdadeira natureza da relação de Dee Dee com Gypsy estava enraizada numa manipulação psicológica extrema. Desde tenra idade, a realidade de Gypsy foi construída pela sua mãe. Foi forçada a acreditar que tinha uma doença terminal e que estava totalmente dependente de Dee Dee para sobreviver. Dee Dee chegou ao ponto de rapar a cabeça de Gypsy para manter a aparência de cancro, confiná-la a uma cadeira de rodas e até alimentá-la através de um tubo de alimentação, apesar de não haver necessidade médica.
Esta manipulação a longo prazo prejudicou o desenvolvimento emocional e psicológico de Gypsy. O controlo que Dee Dee exercia sobre todos os aspetos da vida da filha — o que ela comia, com quem falava e até como pensava — deixou Gypsy isolada do mundo. Não lhe era permitido ir à escola nem fazer amigos, o que aumentava ainda mais a sua dependência da mãe. Desta forma, Gypsy cresceu sem as ferramentas básicas de independência.
O impacto emocional da dependência tóxica
Os danos psicológicos causados por esta relação tóxica entre mãe e filha foram imensos. A perceção que Gypsy tinha de si própria foi profundamente distorcida pelas mentiras e pela manipulação de Dee Dee. Fizeram-lhe crer que era frágil e incapaz, o que lhe retirou o sentido de autoestima. Esta manipulação emocional criou uma profunda dependência de Dee Dee, apesar dos abusos.
Em entrevistas e documentários, Gypsy ainda hoje expressa sentimentos contraditórios em relação à sua mãe. Apesar dos maus-tratos, continua a sentir um amor complicado por Dee Dee, como acontece frequentemente nas relações tóxicas entre pais e filhos.
Não percas!
O especial sobre a vida de Gypsy Rose começa já no dia 7 de outubro, “Gypsy Rose: O Fenómeno”, todas as segundas às 22h30. Fica a par de outras histórias como esta no AMC CRIME, e fica atento ao canal para não perderes nada! Explora também outros temas no nosso blogue.