Aviso: este artigo contém informações sensíveis sobre crimes reais.
Neste artigo navegamos na história do predador sexual aparentemente intocável que atormentou a Califórnia do Norte.
Porque é que atacaram? Como é que mataram e raptaram? Como é que conseguiram escapar durante tanto tempo? E quais foram as pistas e as provas que acabaram por levar à sua captura? Continuam a ser estas algumas perguntas que fazemos sobre alguns dos serial killers mais famosos, e o AMC CRIME, com a série Very Crazy People, continua a dar a resposta.
Em setembro de 2018, o suspeito de uma série de violações e raptos cometidos durante quase duas décadas em seis condados do norte da Califórnia foi detido. Na base da detenção esteve a correspondência do ADN das cenas dos crimes com um familiar do eventual suspeito, através de um serviço online que permite comparar ficheiros de dados de ADN autossómico de diferentes empresas de teste, o GEDmatch. Era Roy Charles Waller, mais conhecido por NorCal Rapist.
O reinado de terror de Roy Charles Waller começou no início dos anos 90 e continuou até 2006, deixando um rasto de medo e angústia por toda a região da Califórnia do Norte. Os crimes de Waller caracterizavam-se pela sua brutalidade e premeditação, extrema violência e sadismo, sendo os seus alvos geralmente mulheres que viviam sozinhas.
O seu modus operandi era simultaneamente metódico e aterrador: perseguia as vítimas, muitas vezes durante dias, antes de invadir as suas casas, agredi-las e desaparecer sem deixar rasto.
Waller observava as suas vítimas, aprendendo as suas rotinas para atacar quando estivessem mais vulneráveis. Entrava nas casas à noite, muitas vezes através de janelas ou portas destrancadas, vendava os olhos e amarrava as vítimas, submetendo-as a agressões prolongadas que deixavam marcas físicas e psicológicas profundas. Para não deixar provas, Waller usava luvas e preservativos, técnicas que evitaram que fosse apanhado pelas autoridades durante mais de uma década.
As suas ações nunca eram impulsivas, mas sim meticulosamente planeadas, e a sua capacidade de iludir as forças da lei durante anos contribuiu para o medo que instilava nas comunidades que atacava.
A captura e o julgamento
A perseguição a Waller foi uma das mais extensas e desafiantes da história da Califórnia. O ponto de viragem no caso ocorreu quando a polícia utilizou uma técnica conhecida como genealogia genética — uma técnica que consiste no cruzamento de ADN com relações de parentesco biológico, em que a partir desses cruzamentos é possível identificar os pais, um irmão, primo ou mesmo um parente mais distante da pessoa que se está a procurar.
Ao colocar as provas de ADN das cenas dos crimes nas bases de dados públicas de genealogia, conseguiram identificar parentes distantes do Waller. Desde então que esta abordagem inovadora revolucionou o campo das investigações criminais, ajudando a resolver inúmeros casos arquivados.
Graças a esta técnica Roy Charles Waller foi preso em 2018, pondo fim a um pesadelo para as vítimas e as suas famílias. O julgamento revelou toda a extensão da sua personalidade, acabando com a sua condenação por várias acusações de violação e rapto. Durante o julgamento, Roy não demonstrou qualquer emoção, permanecendo sentado com os olhos fechados por detrás de óculos de aros grossos. Acabou por ser sentenciado a de 897 anos de prisão.
Não percas!
Para ficares a saber mais sobre alguns dos assassinos mais mediáticos, não percas a série Very Scary People, só no AMC CRIME. Explora também outros temas no nosso blogue e passa pelos nossos canais.
