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Seis traços de um assassino em série

Ser capaz de reconhecer um assassino em série (em inglês, serial killer) é uma das principais preocupações de todas as equipas que investigam crimes. Se for possível estabelecer características para todos os assassinos em série, os investigadores terão mais facilidade em desenvolver um perfil psicológico que permita encontrá-los e que os impeça de matar. Até hoje, essa tarefa é um dos assuntos pendentes da criminologia, pois não há consenso entre os especialistas sobre quais as características que permitem identificar um serial killer.

Para este artigo, foram tidos em conta os estudos mais relevantes do século XXI e do passado para encontrar, pelo menos, seis características em que parece haver maior concordância.

No livro “Psicopatas Criminosos”, que mostra os assassinos em série mais importantes, o jornalista especializado Carlos Berbell e o investigador da polícia científica Salvador Ortega afirmam que, embora seja um mistério, todos têm características em comum:

 

  1. Têm psicopatia ou transtorno de personalidade anti-social

“Um psicopata não é um doente mental”, explicam os especialistas, “mas uma pessoa que sofre uma alteração no seu comportamento, que consegue distinguir entre o bem e o mal e que, voluntariamente, escolhe o mal”.

 

  1. Assassinam várias vítimas, ainda que por tempo limitado

No livro “Serial Killers and the Phenomenon of Serial Murder: A Student Textbook” (2015), a directora do Centro de Criminologia Aplicada da Universidade de Birmingham, Elizabeth Yardley, define o serial killer como aquele criminoso que mata três ou mais pessoas num período de, pelo menos, 30 dias, “motivado principalmente pela gratificação psicológica que esses crimes proporcionam”.

 

  1. São obcecados pelo poder

Os assassinos em série são indivíduos que precisam de manter o controlo da situação e é por isso que coleccionam informações sobre as suas vítimas. Por sua vez, Berbell e Ortega descrevem-nos da seguinte maneira: “todos procuram algo muito especial: a sensação de prazer e de poder matar um homem, de maneira impune”.

 

  1. Aparentam ter uma personalidade narcisista

Os serial killers têm, geralmente, uma inteligência acima da média. Sobrevalorizam as suas habilidades e mostram uma necessidade excessiva de atrair atenção e serem admirados. Normalmente, são egoístas e só consideram os seus próprios desejos. Além disso, têm um grande ego que os leva a exibir os seus crimes e a manter troféus.

 

  1. São manipuladores e persuasivos

Mostram ser pessoas fracas e complacentes para quem está ao seu redor, mas na realidade são dotados de uma grande capacidade de mentir e persuadir os outros. São capazes de identificar as vulnerabilidades das suas vítimas e usá-las para fazer coisas que de outra forma não fariam.

 

  1. Participam na sua comunidade

Não só participam na comunidade, como também conseguem passar despercebidos na sociedade. São actores habilidosos e mostram ao resto das pessoas essa personagem mais alinhada com o objectivo.  Daí a reacção dos vizinhos de muitos assassinos em série,  que garantem que “era uma pessoa muito simpática e que sempre cumprimentou todos”. Fica a nota: os assassinos em série são lobos em pele de cordeiro.

 

Finalmente, os especialistas apontam para uma última característica comum aos serial killers: Sentem que as suas acções têm uma motivação ou justificação. Essa justificação é o que domina o seu comportamento, daí que muitos dos acusados raramente mostrem remorsos.