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Entrevista a Gemma Chan (Anita Hawkins)

Gemma Chan, que terá o papel de Anita Hawkins em HUMANS, conta-nos como se preparou para fazer de robô e da sua paixão por ficção científica.

  • Passaste muito tempo na “Synth School” para te prepares do teu papel como Anita. O que aprendeste?

Tudo – aprendi a andar outra vez, a levantar-me e a sentar-me. Estes aparelhos não deixam de ser máquinas que funcionam a com uma bateria, e o mais pequeno movimento exige energia e gasta essa bateria, por isso tem de haver graciosidade e eficiência em qualquer movimento que se faça. Até a coisa mais simples, como pegar numa chávena tornou-se muito complicada, porque estas máquinas são muito precisas. Como humanos, quando pegamos numa chávena, podemos não pousá-la direita ou pode abanar um pouco, mas como Synth, temos de pousá-la de uma forma precisa, sem entornar e sem abanar nem um pouco. Parece simples mas é na verdade bastante complicado. Outra coisa que decidimos foi que movimentos diferentes são comandados por diferentes partes do corpo, e como Synths, os olhos lideram o movimento. Por isso cada vez cada vez que nos viramos para olhar para alguém, os olhos movem-se primeiro, depois a cabeça e só então o corpo. Lembrar-me de fazer isto sempre, foi um desafio.

  • Quais os outros desafios em representar uma personagem que é uma máquina?

Para além dos desafios físicos, há muitos a nível emocional também. À medida que a série avança, tive que fazer cenas muito emotivas mas não é permitido que chore fisicamente. E por vezes se tivesse de chorar e uma lágrima escorregasse pela minha cara, cortavam a cena e tinha que vir a maquilhadora limpar a lágrima, e começar tudo de novo. Tornou-se numa questão de encontrar forma de transmitir emoções sem chorar e sem utilizar a respiração. Como actor, utilizamos muito a respiração para transmitir qualquer emoção que queremos transmitir, mas como Synth, não pode parecer que estás a respirar muito. Por isso foi tão difícil.

Humans-Gemma

  • És uma grande fã de futebol. Achas que os Synths seriam bons futebolistas?

Sim! Apesar de achar que há um elemento no futebol, aliás em todos os desportos, que é aquele pequeno extra que não podes programar, aquele pedaço de criatividade. Brincar com a bola, fintar, coisas dessas seriam provavelmente muito difíceis programar numa máquina. Há aquele videojogo da FIFA que faz um trabalho incrível a simular uma verdadeira equipa de futebol, por isso quem sabe. Mas acho que há aquela chama de criatividade que seria difícil de replicar.

  • Verias um jogo se fosse só com Synths?

Claro, tinha que ser.

  •  Comprarias um Synth, se tal fosse uma opção?

Na verdade, mudo de ideias sobre esse tema quase todos os dias. Acho que provavelmente resistiria o máximo possível, mas eventualmente acabaria por arranjar um e tornar-me muito dependente dele. Mas, meu Deus, seria estranho, não? Ter uma destas máquinas em casa. O que acontece quando vamos para a cama à noite?

  • Apareceste no especial de Doctor Who (“The Waters of Mars”) e agora regressas à ficção científica com HUMANS. Tens alguma preferência por este género?

Adoro ficção científica e acho que as melhores ficções são aquelas que nos questionam sobre o que significa realmente ser humano, e esse é o ponto crucial da série. Alguns fãs de ficção científica acham que tem de ser passado no futuro, ou no espaço, em algum mundo de fantasia, mas na verdade, como podem ver na nossa série, ficção científica pode ser apresentada com muito realismo num mundo muito terra-a-terra. Espero que os fãs de ficção científica gostem da série, mas espero que aqueles que não se consideram fãs do género também gostem porque se podem relacionar com a série sem ter de lhe pôr um rótulo.

HUMANS estreia em exclusivo no AMC segunda dia 12 de outubro às 22:30.