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Entrevista a Kerry Bishé (Donna Clark)

Kerry Bishé, que interpreta Donna Clark em Halt and Catch Firepartilha connosco o que mais gosta na Mutiny e como Donna e Cameron se inspiram uma à outra.

  • Na última temporada, Donna foi despedida e agora trabalha como engenheira-chefe para Cameron. Estavas à espera desta reviravolta ou foi uma surpresa?

Foi uma grande surpresa. Já agora, só para recordar, Donna não se importou muito de ser despedida. Ela fez por isso. [Risos] Acho que a forma como Cameron e Donna ficaram próximas foi uma grande surpresa para mim e para os espectadores.

  • A Mutiny parece  ter um ambiente de trabalho revolucionário para a altura. Quão diferente foi para a Donna – e para ti – trabalhar ali?

É um sítio onde Donna pode realmente abrir as asas, testar-se a si mesma e ser criativa. Para mim, como actriz, foi também uma óptima oportunidade para experimentar algo muito diferente e interessante.

  • Parece que também alteraram o teu guarda-roupa… Qual dos estilos preferes, corporativo ou Mutiny?

Mutiny, 100%!!! A melhor parte é não ter de usar collants e saltos todos os dias! Tornou o meu dia-a-dia muito melhor. Toda a gente goza com as minhas calças de cintura subida, mas eu adoro-as.

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  • Fala-nos da actual dinâmica entre as duas personagens. Donna aparenta ser completamente pragmática, enquanto que Cameron, um espírito livre. Na tua opinião, complementam-se uma à outra?

Sim. Uma das minhas características preferidas deste programa é que gira muito em torno dos diferentes tipos de personalidades que são necessários para contruir um produto de sucesso. É preciso um Joe MacMillan para “embrulhar” o produto e vendê-lo, é preciso um Gordon Clark para se focar nas partes mais essenciais, e Donna e Cameron precisam muito uma da outra.  Isso frustra-as, mas sabem que não conseguem construir nada sozinhas. No ano anterior, vimos muita manipulação e mentiras, mas este ano é mais sobre colaboração. Por vezes, isso significa fricção, mas é um ambiente de trabalho completamente diferente.

  • Tens tendência para ser “a mãe do grupo”, tal como Donna?

[Risos] Não, graças a Deus, não gostaria de ser aquela que está sempre a acabar com a brincadeira.

  • Percebias a linguagem técnica que a tua personagem utilizava, ou apenas aprendeste algumas coisas?

Na primeira temporada, esforcei-me muito para fazer o trabalho de casa e aprender o máximo possível sobre a tecnologia de que falavamos. Mas não resultava. [Risos] Mas aprendi o que tenho realmente de saber e o que não tenho. Tenho de parecer realmente boa no que faço, por isso preciso de saber onde devo colocar as mãos ou o enfâse que tenho de dar a algo numa frase. Isso é complicado, mas não é aprender tecnologia. É aprender acerca das pessoas que aprendem tecnologia.

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  • Como é representar uma mulher tao ambicisiosa, ao lado de Cameron, numa área maioritariamente dominada por homens?

É interessante porque estas mulheres estão a criar uma empresa de jogos de vídeo, enquanto neste preciso momento está a haver muito cristicismo em relação às mulheres da comunidade de gaming. Penso que é importante mostrar mulheres a fazer estas coisas e os seus desafios. Por outro lado, as personagens não passam muito tempo a falar sobre as dificuldades do nosso género – e acho que isso também é importante. Elas vão contra o sexismo na área onde trabalham, mas não o usam como desculpa.

  • Já tiveste oportunidade de falar com engenheiras que trabalhem actualmente? Se sim, de que forma é que isso te ajudou?

Quando se começa a fazer uma série deste género, surge muita gente que diz coisas como “Ah a minha irmã trabalhou na IBM em 1983” ou “A minha mãe fazia isso”, por isso tenho tido a oportunidade de falar com muitos homens e mulheres que trabalharam nesta área. Esse é um dos meus aspectos preferidos. Penso que ajuda a série a tornar-se mais real. Gostamos de pôr óculos cor-de-rosa quando olhamos para o passado, por isso acho que legitimiza as lutas que tiveram de travar.

  • A cena em que Donna e Cameron roubam o homem que as aldrabou no episódio 202 é um sinal da nova Donna?

Para mim toda essa jogada mostra como Cameron tem influenciado Donna. A sua forma de ser de espírito livre contagiou-a de certa forma. Vemos como estas duas mulheres se afectam uma à outra. Elas têm muito respeito e admiração uma pela outra. Cameron ao longo desta temporada deixa de ser infantil a começa realmente a liderar e penso que grande parte deve-se à influencia de Donna. Da mesma forma, penso que Donna começa a apreciar sentir-se mais independente e começa a brilhar. Cameron puxa pela sua ambição.

Vê também a entrevista a Scoot McNairy (Gordon Clark)!