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Entrevista a Tom Goodman-Hill (Joe Hawkins)

Tom Goodman-Hill, que desempenha o papel de  Joe Hawkins em HUMANS, fala-nos sobre a atitude infantil de Joe para com a tecnologia, a sua paixão por ficção-científica, e sobre representar o oposto de uma “máquina”.

  • Joe parece bastante intransegente quanto a trazer um robô humanoide para casa. Como é a relação de  Joe com a tecnologia?

Como a maioria das coisas, ele não pensa muito sobre o assunto. Ele acha piada porque é um “brinquedo”. Literalmente, não pensou sobre o assunto. Qualquer homem mais razoável, quando abrem o fecho da embalagem da Anita, teria dito “NÃO. Péssima ideia.”, e ele simplesmente não o fez. Passa metade da temporada atrás das suas escolhas parvas.

  • Como é que te preparaste para este papel?

Tive a experiência oposta de Gemma [Chan], no sentido de não ter de ter absolutamente nenhuma preparação para o papel. Só tinha de aparecer e ser trapalhão, parvo e precipitado. Basicamente tive de representar uma versão de mim próprio. Foi divertido. Passei 20 anos a ter de me preparar, fazer muita pesquisa, e estudar a linguagem corporal, estilo e épocas, por isso bastar-me apenas aparecer e não ter de pensar nestas coisas era espectacular.

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  • Como é representar o contrário de uma “máquina”?

Estive apenas a reagir a tudo o que acontecia à minha volta. Só me apercebia realmente quando estava a representar com Anita porque nessa altura é que me via reflectido a mim próprio. O que é de certa forma o objectivo da série, mostrar os humanos a interagir com Inteligência Artificial. É apenas um reflexo de nós mesmos e isso faz-nos pensar nas coisas que fazemos. E isso tem imenso impacto em Joe, porque começa a pensar  no tipo de homem que é e as coisas ficam um pouco mais escuras e piores para ele, e vê-se forçado a pensar o quão infantil e prepotente é.

  • Achas que partilhas algumas das atitudes de Joe sobre tecnologia?

Quase todas [risos]. Sou muito parecido com ele.

  • Apareceste em Doctor Who e outra série de ficção científica sobre as relações das pessoas com tecnologia, Black Mirror. Tens um fraquinho por esta temática?

Tenho, sou louco por ficção científica, sempre fui! Quem mais me diz sobre ficção científica é Arthur C. Clarke, e acho que é isso que Jon e Sam (guionistas de HUMANS) estão a fazer: tentar que a ciência do futuro seja o mais real possível e que se pareça com a ciência atual. [Clarke] sempre tentou fazer com que nos sentissemos num mundo que pode e que vai existir, e a maioria das coisas que Clarke previa acabaram de facto por acontecer. O mesmo se passa com J.G. Ballard, que escreve histórias passadas no presente sobre tecnologia e as questões éticas e morais que levanta.

  • Comprarias um Synth?

Compraria, sem dúvida. Se pudesse pagá-lo e se fosse uma coisa normal na altura, seria como Joe e iria comprar um. Mas não iria ser parvo ao ponto de comprar um com o aspeto de Gemma.

>> Vê também a entrevista a Katherine Parkinson, que faz o papel de mulher de Joe.

HUMANS | Novos episódios todas as segundas às 22:30.