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A Estátua da Liberdade chegou ao porto de Nova Iorque

A 17 de junho de 1885, a Estátua da Liberdade, um presente de amizade do povo francês ao povo americano, chegou ao porto de Nova Iorque, depois de ter sido trazida de navio, pelo Oceano Atlântico, desmontada em 350 peças individuais, dispersas por mais de 200 caixas. A estátua de cobre e ferro foi montada e inaugurada no ano seguinte, numa cerimónia presidida por Grover Cleveland, o presidente em exercício na época, e tornou-se um símbolo perpétuo da liberdade e da democracia.
Criada para comemorar a Revolução Americana e um século de amizade entre os EUA e a França, a estátua foi projetada pelo escultor francês Frederic-Auguste Barholdi (que usou a própria mãe como modelo), ajudado pelo engenheiro Gustave Eiffel, que, mais tarde, desenvolveria a simbólica torre de Paris batizada com o seu nome. A estátua estava inicialmente programada para ser finalizada em 1876, por ocasião do 100º aniversário da Declaração de Independência da América, mas a angariação de fundos, que incluía leilões, uma lotaria e combates de boxe, demorou mais tempo que o esperado, tanto na Europa como nos EUA, onde o pedestal da estátua seria financiado e construído. Só a estátua custou cerca de 250 mil dólares para os franceses (o que daria mais de 5,5 milhões de dólares hoje em dia).
Depois de ter sido finalmente terminada em Paris, no verão de 1884, a estátua, uma figura feminina com vestes compridas e um dos braços erguidos segurando uma tocha, chegou à sua nova casa, na Ilha de Bedloe, no porto de Nova Iorque (entre a cidade de Nova Iorque e o condado de Hudson, em Nova Jérsia), a 17 de junho de 1885. Depois de ter sido montado, o monumento de 200 toneladas foi oficialmente inaugurado a 28 de outubro de 1886, pelo Presidente Cleveland, que disse: “Não esqueceremos que a Liberdade fez daqui o seu lar nem o seu escolhido altar será negligenciado”. Com quase 100 metros de altura, desde o seu pedestal estrutural ao topo da tocha, a Estátua da Liberdade, cujo nome oficial é algo como “Liberty Enlightening the World” (“A Liberdade que Ilumina o Mundo”) por Bartholdi, era mais alta do que qualquer edifício de Nova Iorque naquela época. Inicialmente, ela tinha uma coloração cobre, mas, ao longo dos anos, sofreu um processo natural de mudança de cor, chamado patina, que lhe concedeu a atual tonalidade azul esverdeada.
Em 1892, a Ilha Ellis, localizada perto da Ilha de Bedloe (que, em 1956, foi renomeada como Ilha da Liberdade), foi aberta como a principal estação de chegada de imigrantes, e, nos 62 anos seguintes, a “Lady Liberty,” como foi apelidada, vigiou os mais de 12 milhões de imigrantes que desembarcaram no porto de Nova Iorque. Em 1903, a estátua recebeu no seu interior uma placa inscrita com o soneto intitulado “The New Colossus”, da poetisa americana Ermma Lazarus, escrito 20 anos antes. As famosas palavras de Lazarus, que incluem “Give me your tired, your poor/Your huddled masses yearning to breathe free” (“Dê-me as suas cansadas, as suas pobres/as suas amontoadas massas ansiosas por respirar liberdade”), tornaram-se um símbolo da visão da América de si mesma como uma terra de oportunidade para os imigrantes.
Sessenta anos após o Presidente Calvin Coolidge a ter oficializado como um monumento nacional, em 1924, a Estátua passou por uma restauração multimilionária (incluindo uma nova tocha e uma chama revestida de folha de ouro) e foi dedicada ao Presidente Ronald Reagan a 4 de julho de 1986, numa cerimónia com toda a pompa e circunstância. Depois dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, a Estátua foi fechada. A base, o pedestal e a plataforma de observação foram reabertas em 2004, enquanto a coroa foi reaberta ao público a 4 de julho de 2009. Por motivos de segurança, a tocha esteve fechada aos visitantes desde 1916, após um incidente chamado Explosão Black Tom, em que inúmeras munições, transportadas de comboio, foram detonadas por agentes alemães na orla de Jersey City, Nova Jérsia, causando estragos na estátua.
Hoje em dia, a Estátua da Liberdade é um dos símbolos mais famosos da América. Ao longo dos anos, a Estátua tem sido um local de comícios e protestos (de sufragistas a ativistas antiguerras), aparecido em diversos filmes e incontáveis fotografias, e recebido milhões de visitantes de todo o globo.