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A história de “el Cid campeador” em 5 pontos

A figura de “El Cid Campeador” confunde-se entre a realidade e a literatura. O El Cantar De Mio Cid, mais do que um conto histórico, é um relato literário baseado numa pessoa real, Rodrigo Díaz de Vivar e, por isso, as aventuras narradas nas suas páginas misturam-se, graças à passagem do tempo, com as suas verdadeiras façanhas.

Excerto do Cantar de Mio Cid

 

Neste artigo, resumimos os pontos mais importantes que compuseram a vida de Rodrigo Díaz de Vivar, Cid (ou Sidi, que em árabe significa “meu senhor”).

“Ego Ruderico” Assinatura de Cid

 

1: NASCIMENTO

A povoação de Vivar ou Vivar del Cid, na cidade de Burgos, foi onde Rodrigo Díaz de Vivar nasceu, segundo a canção das las Mocedades de Rodrigo (século XIV). A data exata do seu nascimento também não é clara, diferentes estudos situam o seu nascimento entre 1041 e 1057.

A sua ascendência parece ser, segundo a obra “La España del Cid” de Menéndez Pidal, a baixa nobreza, sendo o seu pai Diego Laínez. Quando ainda era muito novo ficou órfão, pelo que a sua educação lhe foi dada por Sancho, filho de Fernando I, rei de Castela e Leão.

 

2: JUVENTUDE

Durante os primeiros anos da sua juventude, foi educado na comitiva de Sancho. Sancho educou-o ao nível das armas e alfabetização e Fernando I fez dele um soldado no seu exército. A dada altura, Sancho e o seu irmão Afonso entraram em confronto e Cid lutou ao lado de Sancho. Conseguiu derrotar Afonso em várias ocasiões, mas quando Afonso saiu vitorioso, decidiu não castigar Díaz de Vivar, já que este era um guerreiro valioso que queria ao seu lado.

 

3: CONFRONTOS E EXÍLIO

Após o seu casamento com Jimena, sobrinha de Afonso, Cid partiu numa expedição sem autorização real e foi exilado, desta vez pelo Rei Afonso VI. Este foi o seu primeiro exílio, após o qual procurou um rei para servir. Finalmente, o rei de Saragoça, Al-Muqtadir, colocou-o a ele e aos seus vassalos ao seu serviço.

No decurso do seu serviço a Al-Muqtadir, Cid reconciliou-se com o rei Afonso e foi reintegrado como soldado no seu serviço. Após este acontecimento, Afonso exilou-o novamente por traição quando foi convocado para se encontrar com ele durante o cerco de Berenguer Ramon II, na cidade de Valência, e Cid omitiu esta ordem.

 

4: SOLIDÃO

Após o seu segundo exílio, Cid começou a sua viagem sozinho e planeou a conquista de Valência, que começou em 1093 e terminou com a sua posse um ano mais tarde, nomeando-se Príncipe Rodrigo, o Campeador.

 

5: MORTE E ENTERRO

Cid, o Campeador, permaneceu em Valência até à sua morte em 1099. Foi enterrado na Catedral de Valência, mas em 1102 a cidade foi evacuada devido a um incêndio provocado pelos cristãos. Os seus restos mortais foram então transferidos para o Mosteiro de São Pedro de Cardeña em Burgos, a sua cidade natal. Durante a Guerra da Independência, os soldados franceses profanaram o seu túmulo, embora ele tenha sido finalmente colocado num mausoléu no centro de Burgos. Durante os anos seguintes, os seus restos mortais passaram novamente por Cardeña, pela Câmara Municipal de Burgos e, desde 1921, permanecem na Catedral de Burgos juntamente com os da sua esposa Jimena.

A campa de Cid, o Campeador, na Catedral de Burgos

Durante séculos e até aos dias de hoje, a sua vida e os seus feitos têm-se refletido em centenas de obras de todos os tipos. Por exemplo, o jornalista e escritor Arturo Pérez-Reverte escreveu, em 2019, “Sidi: un relato de frontera”. Nele, o autor reflete as condições hostis que rodearam as façanhas do herói e as características dos homens que o acompanharam – a história de como Rodrigo Díaz de Vivar, El Cid Campeador, se tornou uma lenda. Como tal, obras como séries e filmes continuam a ser produzidos.