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AS METANFETAMINAS NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Adolf Hitler era um líder aterrador, forte e carismático, capaz de cometer crimes terríveis contra a humanidade, tendo um exército à altura da sua maldade. Mas a verdade é que ele e o seu exército agiram frequentemente sob a influência de metanfetaminas.

O exército nazi era implacavelmente poderoso e tenaz, fazendo da Alemanha uma nação imbatível. Ocuparam, perante os olhos atordoados do todo o mundo, mais território numa semana de guerra do que em todos os anos da Primeira Guerra Mundial, mas como o fizeram? Relembremos os Jogos Olímpicos de Berlim de 1939.

Hitler estava no poder há 3 anos, preparando-se para a guerra e fazendo discursos sobre a superioridade da raça ariana, quando um atleta afro-americano desmentiu a sua teoria ao ganhar várias medalhas de ouro. Hitler desculpou esta vitória sobre o uso de benzedrina, um descongestionante nasal popular cujo principal composto químico é anfetamina, mas nunca houve qualquer prova disso. No entanto, a ideia do uso de estimulantes abriu os olhos aos altos funcionários nazis. Estes contactaram o proprietário de uma das maiores empresas farmacêuticas da Alemanha, que pôs o seu chefe químico em missão de investigar estimulantes. Desta forma, encontrou algo ainda mais poderoso que anfetamina, e ao mesmo tempo semelhante, metanfetamina. Depois de testarem com sucesso este medicamento em ratos decidiram avançar com a criação de um medicamento. A empresa farmacêutica lançou um comprimido de venda livre chamado Pervitin, que era bom para qualquer situação. Simplesmente proporcionou mais energia, como o café no fundo. Teve uma grande campanha publicitária e foi um enorme sucesso e até foi vendida em chocolates que foram vendidos com 13 gramas de metanfetaminas, que todos consumiram.

 

CC BY 4.o Onkel Dittmeyer

 

Entretanto Adolf Hitler, obcecado com a ideia da pureza da raça ariana, conheceu o Dr. Theodor Morell. Ele forneceu-lhe um pré-biótico que funcionou muito bem para os seus problemas digestivos, pelo que o Líder o aceitou como o seu médico pessoal. Há alguns anos, as notas de Morell vieram à luz, nas quais ele escreveu tudo sobre os seus negócios e consultas com Hitler. Nestas ele marcava todos os dias “a injeção habitual”. No início, estas consistiam em soluções de glucose para lhe dar energia logo pela manhã, algo que ele mantinha em segredo, assim as pessoas viam simplesmente um líder energético e agressivo.

CC BY 3.0 Bundesarchiv, Bild 102-10460 / Hoffmann, Heinrich

 

Em 1938, o Dr. Otto Ranke investigou o impacto da Pervitin nos soldados alemães para os manter ativos durante muito tempo. Assim, o médico separou dois grupos de pessoas, um grupo recebeu café e o outro Pervitin. Após 10 horas, o grupo de café estava a dormir enquanto o grupo da Pervitin estava bastante desperto, eufórico e alerta. Também relatou que se fosse dado mais, eles tornavam-se agressivos e hostis.

A 1 de setembro de 1939, na sequência da injeção diária do Líder Nazi, os nazis invadiram a Polónia na qual se chamou “guerra relâmpago” (Blitzkieg).

Como conseguiram avançar tão rapidamente? A resposta: Pervitin. Mantinha-os a lutar durante mais tempo e mantinha-os mais alerta, uma vez que os seus sentidos estavam mais apurados. Hitler atribui a vitória às capacidades dos seus soldados arianos. Na sequência deste evento, França e Grã-Bretanha declaram guerra. Em maio de 1940, o exército alemão iniciou a sua agressiva invasão ao Luxemburgo, Bélgica, Holanda e França. Demorou apenas três dias e os aliados não tiveram tempo de reagir. Todos os soldados, exército, a divisão panzer, a Luftwaffe, todos atacaram sob a influência de Pervitin. Porém, em Dunquerque, a droga pregou uma partida ao líder da Força Área Nazi Georing. Quando lhe foi dada a missão de bombardear os britânicos em Dunquerque, foi drogado e não tomou as melhores decisões. Isto, juntamente com as condições meteorológicas e a má maquinaria, provocou o fracasso do ataque aéreo. Em julho de 1940, com os narcóticos a alimentar o exército, Hitler controlava quase toda a Europa.

Faltava-lhe o Reino Unido e para isso teve de destruir as suas defesas aéreas. Mais uma vez recorreu a Goering, mas se os alemães tiveram o avanço químico, os britânicos tinham o avanço tecnológico. Ou seja, o radar. Depois de abater um avião com um tiro limpo, investigaram-no e encontraram comprimidos de Pervitin no seu interior. Os aliados tinham descoberto o segredo dos nazis.

CC BY 4.0 Komischn

 

Após o ataque falhado à Grã-Bretanha, Hitler voltou a sua atenção para o seu outro grande inimigo, a URSS. Nesta operação a arma secreta era vital, mas embora todos os soldados tivessem sob o efeito de Pervitin, este não foi suficiente. O vasto território impediu-os de avançar tão depressa quanto esperavam, e não estavam preparados para o Inverno Russo. Após esta campanha, o stress de Hitler aumentou, tal como as injeções de Dr. Morell para o satisfaz. Estes consistiam em estimulantes ao longo do dia e relaxantes para dormir.

Em 1943 Hitler devia conhecer Mussolini, mas estava com fortes dores abdominais e não conseguiu sair da cama. Nessa altura, nem vitaminas, nem hormonas, nem nada funcionavam para o Líder, por isso Morell injetou-lhe uma droga que nunca antes utilizara, chamada Eukodal, agora oxicodona. Um opióide forte e viciante, e após a injeção Hitler encontrou a força para se encontrar com Mussolini.

Quando chegou o dia D, Hitler já estava dependente de uma longa lista de drogas injetadas por Morell. Isto impediu-o de tomar as decisões certas durante o ataque, pois quando os Aliados desembarcaram na Normandia, Hitler dormiu sobre drogas e ninguém se atreveu a acordá-lo- Após este acontecimento fatídico, vários homens do partido quiseram acabar com Hitler, e numa reunião após o dia D, colocaram-lhe uma bomba. Embora o ditador tenha sobrevivido, ele ficou com muitas lascas nas pernas e foi-lhe dado Eukodal para reduzir a dor. Também tinha sofrido lesões nos seus ouvidos e foi-lhe dada cocaína por um especialista auricular após uma inspeção. Hitler disse que nunca se tinha sentido tão lúcido como com esse tratamento e a partir daí pode ter ficado completamente viciado em Eukodal e Cocaína.

Passado alguns meses Morell sugeriu que ele parasse os tratamentos, uma vez que as suas veias se tinham deteriorado demasiado, mas o Líder não quis dar ouvidos à razão. Em janeiro de 1945 Hitler encontrava-se num bunker com Dr. Morell e as suas injeções, ele tomava tudo para se sentir melhor, mas os aliados chegaram a Berlim e destruíram tudo, incluindo as fabricas farmacêuticas. Isto teve um efeito negativo em Hitler, uma vez que ninguém lhe podia dar aquilo a que já estava viciado. A sua saúde piorou, por isso começou a culpar Morell pelo seu vicio e despediu-o. Morell estava devastado e Hitler estava fora de si.

Theodor Morell

 

A 28 de abril de 1945 Mussolini foi capturado e morto pela resistência italiana, e dois dias depois Hitler tomou a sua última droga: cianeto. Juntamente com a sua esposa, Eva Braun, ele mordeu um comprimido e depois deu um tiro na cabeça. O diário do Dr.Morell mostra que Hitler ficou fortemente viciado, e os arquivos nazis refletem a forma como o exército lutou sob a influência de metanfetaminas.

Esta explicação do consumo de drogas não é um pretexto para desculpar as atrocidades cometidas por Hitler e pelos Nazis. Hitler não realizou as maiores atrocidades da humanidade por causa das drogas, ele planeou uma guerra inteira sem drogas.