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Chegada à lua: mitos e conspirações

Há 50 anos aconteceu um dos marcos mais importantes na humanidade: a chegada à Lua. E hoje ressurgem as teorias da conspiração que garantem que isso nunca aconteceu. Na verdade, chamar de teoria, de acordo com os críticos, não é tecnicamente correcto, pois não é falsificável. É chamado de “crença” e não “teoria”.

Tudo isso não é novidade, já que quase desde o momento em que o módulo lunar Eagle pousou na lua, esses tipos de crenças baseadas em supostas evidências começaram a surgir. As teorias “provam” que a Lua não foi realmente alcançada e que foi uma estratégia do governo dos Estados Unidos da América para conseguir uma vitória ansiosa na corrida espacial contra a União Soviética (URSS). A verdade é que estrategicamente os EUA precisavam de uma vitória, já que até à data fora a URSS a única a conseguir colocar um satélite em órbita, enviar um homem ao espaço e a ter conseguido passear pelo Espaço. Os soviéticos venceram a corrida por uma longa distância. Finalmente, a 21 de julho (no horário português) de 1969, a NASA conseguiu colocar um homem na Lua eclipsando, na transmissão pela televisão, tudo o que os russos tinham conseguido até então.

 

Estes são alguns dos supostos testes que, de acordo com os defensores da crença na conspiração, dizem que a chegada à Lua é uma teoria falsa:

 

SOMBRAS

“Nas fotografias existentes tiradas na superfície lunar, as sombras projectadas pelos objectos não são paralelas.” “Isso ocorre porque existem mais lâmpadas do que o próprio Sol”. Segundo os conspiradores, tudo foi gravado num estúdio de cinema e as imagens são iluminadas artificialmente, de modo que os objectos reflectem sombras paralelas. Os especialistas explicaram a razão dessa observação por inúmeras vezes (o mesmo aconteceu com as restantes “acusações”). As sombras de vários objetocs no mesmo espaço não são necessariamente paralelas num terreno irregular, como no caso da superfície lunar. Além disso, o mesmo efeito pode ocorrer na Terra, o chamado de “efeito de perspectiva”. Ao longo dos anos, as imagens foram reproduzidas e retocadas inúmeras vezes, o que pode levar a que existam alterações em relação aos originais e a que se possa criar um efeito chamado “efeito de foco”, no qual dá a sensação de uma iluminação artificial, como se produzida num estúdio.

 

 

 

PEGADAS

Os passos que Armstrong e Aldrin deixaram na superfície lunar empoeirada também foram usados ​​como prova de que tudo é uma montagem. Segundo os autores da conspiração, uma impressão só pode ser feita numa superfície com humidade. Na Lua, já que não há atmosfera, não há humidade. A verdade é que, para deixar uma marca numa superfície arenosa, geralmente é necessário um certo nível de humidade, pois os grãos que formam a areia ou a poeira são corroídos pelo efeito do ar ou da água e não há atrito suficiente entre estes para que se mantenha estável numa posição. O que acontece na Lua é que as partículas de poeira que formam a superfície não sofreram erosão pelo ar ou pela água; portanto, tendo arestas e vértices, há maior atrito e maior capacidade de juntar uma à outra, mantendo uma posição sem que seja necessário efeito de humidade.

 

 

 

RETROREFLECTORES

As missões Apollo 11, 14 e 15 deixaram vários refletores na Lua para medir a distância exacta entre a Terra e o satélite, transparecendo raios de laser. Como os conspiradores argumentam, esses retroreflectores foram previamente deixados à missão Apollo 11 em missões não tripuladas. Actualmente, não existem evidências de que essas missões não tripuladas tenham alguma vez ocorrido.

 

MATERIAL DA LUA

Outra situação que demonstra a verdade da chegada à Lua em 21 de julho de 1969 e nas missões subsequentes é a quantidade de material na forma de areia e rochas que foi trazido de lá. Especificamente, existem mais de 300 quilos de material que foram analisados ​​centenas de vezes por cientistas de todo o mundo. Então, quais os argumentos contra esta teoria? Referem que este material é uma réplica exacta fabricada no planeta Terra. A verdade é que esse material é impossível de replicar, pois os isótopos encontrados nestas areias e rochas existem em proporções diferentes das rochas terrestres.

 

 

 

BANDEIRA

Essa é uma das questões mais discutidas pelos defensores da existência de uma conspiração. A questão é: porque surge a bandeira a voar na superfície lunar se não havia vento lá? Apesar de ser um dos mais discutidos, é um dos mais fáceis de responder, e os cientistas já o fizeram centenas de vezes em todo o mundo. A bandeira não voou, o que aparentemente são formas produzidas pelo vento são rugas produzidas durante a viagem, uma vez que foram transportadas dobradas. Além disso, a bandeira foi mantida recta, graças a um posto localizado a 90 graus do posto principal.

 

O falso documentário chamado Operation Moon, no qual foi dito que Stanley Kubrick foi quem gravou as famosas imagens da viagem num cenário, motivou outras discussões que já tinham causado um rebuliço antes de recuperar a força e que mantiveram, assim, a chama da conspiração acesa. Uma das publicações mais notórias e que deu início a todos os conspiradores foi o livro escrito por Bill Kaysing: “Nós nunca fomos à Lua: O golpe de trinta mil milhões de dólares da América” (We Never Went to the Moon: America ‘s Thirty Billion Dollar Swindle). Foi publicado em 1976 e o seu autor é considerado o pai da hipótese de fraude lunar.

 

De seguida mostramos alguns dos supostos testes usados ​​para “provar” que a Lua nunca foi alcançada. Mas, assim como existem os defensores dessa crença, também existem difamadores que defendem a verdade da viagem com unhas e dentes. Um deles é Phil Plait, astrónomo e professor, que mantém um site chamado badastronomy.com, e que além de às questões de divulgação científica, se dedica a derrubar todas essas “teorias” da conspiração.

 

Um dos argumentos usados ​​para refutar esse tipo de teoria é que, se a URSS e os Estados Unidos estivessem no meio da Guerra Fria, os russos teriam sido responsáveis ​​por desmontar a chegada à Lua com evidências, uma vez que foi um golpe para os soviéticos na corrida espacial.