Dalai Lama, líder religioso e político exilado do Tibete, recebeu o Prémio Nobel da Paz em reconhecimento da sua campanha não violenta para acabar com o domínio chinês do Tibete neste dia, em 1989. O 14º Dalai Lama nasceu como o nome de Tenzin Gyatso, na província Tsinghai, na China, em 1935. Quando tinha apenas três anos, monges tibetanos anunciaram que ele era a reencarnação do 13º Dalai Lama. Com 5 anos, Tenzin Gyatso foi levado para a capital tibetana de Lhasa para ser líder do budismo tibetano.
O Tibete, uma grande região situada nos planaltos e nas montanhas da Ásia Central, era governado pelos Dalai Lamas desde o século XIV. No início do século XX, os tibetanos resistiram aos esforços da China para obter um maior controlo sobre a região. Durante a Revolução Chinesa (1911-1912), os tibetanos expulsaram funcionários e civis chineses e declararam formalmente a sua independência. Em 1959, houve uma grande revolta no Tibete, e o Dalai Lama e outras 100 mil pessoas deixaram o local, enquanto as tropas chinesas combatiam os revoltosos. Foi o começo do exílio de Dalai Lama na Índia, mais exatamente em Dharamsala, no sopé dos Himalaias.
Em 1976, a China aboliu a proibição da prática religiosa na região, mas a repressão no Tibete teve consequências. Nos anos 90, a China foi criticada pelos governos ocidentais pelos atos autoritários na região. Desde então, o Governo chinês tem feito esforços para adotar uma postura mais branda na área. Entretanto, Dalai Lama continua no seu exílio há mais de quatro décadas, divulgando a causa tibetana pelo mundo.