Mohandas Karamchand Gandhi nasceu na Índia, em 1869, e entrou para a História como um dos fundadores do moderno estado indiano e defensor dos protestos sem recurso à violência. O seu nome, Mahatma, significa “grande alma” em sânscrito. Depois de se ter formado em advocacia em Londres, Gandhi foi trabalhar para a África do Sul. Ficou famoso internacionalmente pela sua política de desobediência civil e pelo uso do jejum como forma de protesto. Por causa disso, foi preso várias vezes. A sua iniciação na política começou depois de ter sido alvo de discriminação racial numa viagem de comboio em primeira classe. Quando lhe pediram para ir para a carruagem de terceira classe, por ele não ser branco, Gandhi recusou a mudar de lugar e foi expulso do comboio. Depois deste episódio, Gandhi iniciou a sua luta contra a discriminação racial e também participou do movimento pela independência da Índia. Uma das suas estratégias era o boicote aos produtos importados, como os tecidos ingleses. Gandhi também era contra a divisão do país em dois estados, mas isso acabou por acontecer com a criação da Índia, predominantemente hindu, e do Paquistão, de maioria muçulmana. A 20 de janeiro de 1948, Gandhi sofreu um atentado, mas ninguém ficou ferido. Porém, pouco tempo depois, no dia 30, foi morto a tiro, em Nova Deli, por um hindu radical. O corpo foi cremado, e as cinzas foram lançadas ao rio Ganges. Nomeado cinco vezes para o Nobel da Paz, Gandhi nunca foi agraciado com o prémio. Décadas depois, o erro foi assumido pelo comité organizador do Nobel. Destacado por suas façanhas e pela maneira “única” de agir, Gandhi é considerado o ícone do AHIMSÁ, um termo sânscrito que significa “não violência”.
Trata-se de um código de ética da tradição hindu que vai muito além do simples não agredir fisicamente. Refere-se fundamentalmente ao respeito incondicional para com qualquer forma de vida e engloba, por exemplo, o não agredir por palavras, atitudes e pensamentos.
Gandhi ensina-nos isso muito bem, mas será que essa é uma tarefa possível no mundo de hoje? Se compreender que é necessário criar consciência sobre os seus condicionamentos e atuar, produzindo uma reeducação comportamental, já deu o primeiro passo.
Desde criança que aprendemos que é normal comentar a vida alheia, fazer o que não se gosta, agredir quem nos ama, odiar o trabalho que nos dá sustento e passar o tempo a reclamar de tudo e de todos.
Todas essas situações são graus diferentes da não observância do ahimsá, portanto, temos de nos reeducar. Para que essa experiência seja realmente verdadeira, tem de estar enraizada de forma profunda nos nossos valores, sem qualquer preconceito.
O mundo à nossa volta funciona como um espelho, manifestando o que é exteriorizado por nós. Então, se cultivarmos atitudes agressivas, atrairemos exatamente isso para o nosso dia-a-dia. Tome uma atitude e faça a diferença. Mude o Mundo. Comece por si!
