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O ano mais quente da História

2015 foi o ano mais quente da História, desde que existe um registo das temperaturas. De facto, é um rigoroso estudo de investigadores que o garante: os últimos verões têm sido, igualmente, os mais quentes dos últimos milénios na Europa.

Se pensarmos nos episódios estivais de calor extremo, como aqueles que vivemos no ano passado, estes não são observados no continente, pelo menos desde a altura em que os Romanos governavam o mundo. As temperaturas médias globais situaram-se cerca de um grau acima dos níveis pré-industriais pela primeira vez.

Os cientistas não encontraram nenhum outro ano com temperaturas tão elevadas como aquelas que se compreenderam entre os anos 1986 e 2015 e é por isso que apoiam as conclusões do Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre a Alteração Climática. O grupo pensa que a origem deste aquecimento é humana, dado a notável anomalia fora das variáveis naturais, observada nos últimos 2100 anos.

Embora o estudo acrescente que não é possível verificar que o século XX é o mais quente (já que as temperaturas quer do século I como do século X mostram uma média muito similar à do século XX), sublinha que este aquecimento provém de origem distinta. Durante a época romana, sentiram-se verões quentes até ao século III, bem como épocas estivais mais frias, entre os séculos IV e VII.

Depois de uma Idade Média aconchegante, sentiu-se o frio de uma Pequena Idade do Gelo, que durou desde os inícios do século XIV até meados do século XIX. Estes dados começaram a ser recolhidos em 1880 e é esse o motivo que complica o trabalho dos cientistas, quando estes querem comparar a situação atual com um período mais amplo de tempo.

Contudo, e como bem explica o historiador Fernández-Donado, existem dois métodos para se poder conhecer as temperaturas do passado com uma grande precisão. Por um lado, as reconstruções, a partir de medidas indiretas como as raízes das árvores e arquivos documentais da região. Por outro lado, as simulações a partir de modelos climáticos, realizadas por supercomputadores, que incluem factores como a variável solar, as emissões das erupções vulcânicas, a variação de concentrações de gases, etc.

Com todas estas informações, os investigadores são capazes de poder comparar como foram os verões mais quentes desde a época romana. De facto, sabia qual o emperador que deu o seu nome ao mês mais quente do ano? Exato, o Imperador romano Octavio Augusto, que, atualmente, conhecemos como o mês de Agosto. Curioso!