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O início da devastadora Primeira Guerra Mundial

No dia 1 de agosto de 1914, quatro dias depois de o Império Austro-Húngaro ter declarado guerra à Sérvia, a Rússia e a Alemanha, duas potências europeias, seguiram as suas pisadas. Ainda neste dia, a França ordenou uma mobilização geral. Era o começo da então chamada “Grande Guerra”, um conflito sem precedentes no que diz respeito à destruição territorial e perdas de vidas. Foram mais de 20 milhões de mortos, entre soldados e civis, o que deixou o continente europeu devastado.
Sem dúvida que a “gota de água” para a Primeira Guerra foi o assassinato do Arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do Império Austro-Húngaro, e da sua esposa, pelo sérvio-bósnio nacionalista Gavrilo Princip, em Saraievo. Nas semanas que se seguiram, o Império Austro-Húngaro culpou o Governo sérvio pelo ataque, na esperança de usar o incidente como justificação para a solução do problema do nacionalismo eslavo na região dos Balcãs.
Porém, como a Rússia apoiava a Sérvia, uma declaração de guerra austro-húngara foi adiada até os seus líderes receberem garantias do líder alemão, o Kaiser Guilherme II, de que a Alemanha os apoiaria no caso de uma intervenção russa. Essa garantia veio no dia 5 de julho. Consequentemente, os Austro-húngaros fizeram um ultimato ao Governo sérvio no dia 23, advertindo-o de que este teria de ser aceite no prazo de dois dias, caso contrário, o risco de uma guerra seria grande. Apesar de a Sérvia ter aceitado o ultimato e a Rússia ter declarado a sua intenção de apoiar a Sérvia em caso de conflito, a Áustria-Hungria manteve a sua intenção de guerra contra a Sérvia, a 28 de julho, um mês depois dos assassinatos.
E assim, a já fragilizada paz entre as grandes potências da Europa ruiu de vez. A Alemanha mandou o recado à Rússia (só parcialmente mobilizada) de que continuar a mobilização contra a Áustria-Hungria significaria guerra com a Alemanha.
Apesar de insistir para que a Rússia suspendesse imediatamente a mobilização, a Alemanha começou a preparar-se para o conflito. Quando os Russos se recusaram a cumprir as exigências alemãs, a Alemanha declarou guerra ao Império czarista no dia 1 de agosto.
Nesse mesmo dia, a França, uma aliada da Rússia, começou a sua própria mobilização e convocou o Reino Unido… Estes três países viriam a formar uma aliança conhecida como Tríplice Entente. Inicialmente, o Governo britânico recusou-se a entrar na guerra, mas os acontecimentos que se seguiram obrigaram-no a participar.
No dia 2 de agosto, as primeiras unidades do Exército alemão avançaram em direção ao Luxemburgo, como parte de uma estratégia há muito planeada para invadir a França através da neutra Bélgica. Os Governos de França e Alemanha declararam guerra um ao outro no dia 3 de agosto. Naquela noite, a Alemanha invadiu a Bélgica, o que levou a Grã-Bretanha a declarar guerra à Alemanha.
A maior parte da população europeia apoiou a eclosão da guerra. Contudo, imaginava-se que o conflito ficaria resolvido em poucos meses. Ledo engano… Até ao final de 1914, mais de um milhão de soldados morreriam nos campos de batalha da Europa numa guerra que não iria terminar tão cedo.
Durante quatro anos, a linha de batalha, que se estenderia pelo norte da França e Bélgica, ficaria caracterizada pelos confrontos nas trincheiras, numa terrível guerra de contacto e luta, que só acabaria em 1918.