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Os piratas não são aquilo que pensamos. Descubra como eram os piratas do mediterrâneo

Ao longo dos séculos, muitos mitos sobre piratas foram criados para filmes e séries, tornando-se difícil separar a realidade pirata da ficção. Além disso, quer seja na literatura ou no cinema, os piratas do Mediterrâneo, que existiram, não eram tidos em conta, mas sim o das Caraíbas. Sabia que havia piratas nas Ilhas Baleares?

Desmistificamos uma série de mitos que foram construídos em torno dos piratas, mas que pouco têm a ver com a verdadeira crueza da sua existência.

 

TESOURO ENTERRADO

Os piratas não enterravam tesouros. O seu espólio era normalmente mantido a bordo do navio antes de ser dividido pela tripulação. A noção de enterrar o tesouro teve origem na “Ilha do Tesouro” de Robert Louis Stevenson, publicada pela primeira vez em 1883.

 

 

O MAPA DO TESOURO

Uma vez que não enterravam os seus tesouros, não existiam mapas do tesouro, onde um “X” marcava o local. O único pirata conhecido por ter enterrado alguma coisa foi o Capitão Kidd, e fê-lo para evitar que o governador da cidade apreendesse o tesouro que tinha roubado.

 

 

FALAR COMO UM PIRATA

19 de Setembro é mesmo o Dia Internacional de Falar como um Pirata, mas a verdade é que não tinham uma forma comum de falar. O que conhecemos como “falar como piratas” vem do ator Robert Newton que interpretou Long John Silver em Walt Disney’s “Treasure Island” (1950).

 

PALAS NOS OLHOS E PERNAS DE PAU

Qualquer bom fato de pirata deve ter uma pala para o olho, uma perna de pau ou um gancho para uma mão. Mais uma vez, esta imagem tem as suas raízes na ficção: Long John Silver tinha uma perna de pau na “Ilha do Tesouro”, enquanto o Capitão Gancho tinha um gancho para a mão no filme “Peter Pan”. Isto tinha pelo menos alguma veracidade, pois os marinheiros podiam perder olhos ou membros em batalha ou num acidente a bordo.

 

ANDAR NA PRANCHA

Os piratas nunca obrigaram as suas vítimas a andar na prancha. Isto, mais uma vez, foi engenhosamente concebido por J.M. Barrie quando escreveu “Peter Pan” (1904). Provavelmente os piratas mediterrânicos, que permaneceram nas Ilhas Baleares durante anos, esfaqueavam as suas vítimas ou disparavam para as atirar borda fora, ao invés de as mandar andar na prancha.

 

MODA PIRATA

Os verdadeiros piratas nunca (ou muito provavelmente) usaram lenços na cabeça, uma faixa à volta da cintura ou uma argola como brinco. Este outfit foi inventado pelo artista americano Howard Pyle no final do século XIX.

Quando lhe foi pedido para ilustrar livros piratas para crianças, inspirou-se nos bandidos espanhóis. Os verdadeiros piratas da época usavam a mesma roupa que qualquer outro marinheiro no início do século XVIII, quer fossem piratas berberes ou das Baleares.

 

CAVEIRAS E OSSOS: A BANDEIRA PIRATA

A bandeira negra que conhecemos hoje foi utilizada por piratas dos séculos XVIII e XIX. Decoradas com caveiras, ossos e armas, para intimidar as suas vítimas, estas serviram como aviso do que poderia acontecer se uma dessas se recusasse render-se. A verdade é que os piratas mais próximos de nós, os do Mediterrâneo, nunca a utilizaram.

 

O BANDO DE PIRATAS ALEGRES

A ideia de marinheiros com chapéus decorados com caveiras e ossos cruzados formando um “alegre bando de piratas” é muito diferente das verdadeiras tripulações da era pirata nas Baleares e em todo o Mediterrâneo, que eram capazes de assassinar, violar e torturar, se lhes fosse dada a oportunidade.