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Partida de Fernão de Magalhães para a primeira viagem de circum-navegação

Uma das maiores aventuras do século XVI teve início neste dia, no ano de 1519. Neste ano, o navegador Fernão de Magalhães (1480-1521), patrocinado pela monarquia espanhola, comandou a primeira expedição que deu a volta ao mundo. Contudo, o navegador português não terminou a viagem e morreu no caminho. Mas a expedição continuou e o audacioso objetivo foi alcançado após algumas mortes de marinheiros e perdas de embarcações. Segundo o relato do italiano Antonio de Pigafetta (1480 ou 1491-1534), um dos poucos sobreviventes, a aventura teve mais momentos de adversidades e milagres do que de marcha vitoriosa.
No total, partiram cinco caravelas – San Antonio, Victoria, Concepción, Santiago e Trinidad (capitania) – com 240 homens, que zarparam de Sevilha, na Espanha. A viagem começou sem dificuldades de maior, com a passagem por Cabo Verde. Contudo, no Oceano Atlântico, enfrentaram uma terrível tempestade. Em março de 1520, Magalhães e seus homens chegavam à baía de San Julián, localizada na Argentina.
Além das adversidades dos mares, a expedição também teve revoltas internas, em que os comandantes dos outros navios planeavam a traição contra o capitão-mor. Magalhães mandou decapitar Gaspar de Quesada, o capitão da Concepción e depois abandonou Juan de Cartagena, o antigo capitão da San Antonio.
Além isso, perderam-se navios. A Santiago naufragou enquanto explorava a costa da Patagónia. Os restantes navios seguiram pelo Pacífico e chegaram ao Arquipélago de Saint-Lazare – as atuais Filipinas – a 27 de março de 1521. Foi quando Magalhães morreu. Segundo os relatos da época, no dia 27 de abril, Magalhães foi atingido por uma lança envenenada, atirada por um dos habitantes locais.
A Concepción foi incendiada em maio e, em 18 de dezembro, a Trinidad afundou. Foi quando a fome começou a atingir a expedição. “Nós só comíamos bolachas velhas, já feitas em pó e cheias de vermes, fedendo a urina de rato”, escreveu Pigafetta. Além da fome, havia doenças como o escorbuto.

Ao fim da expedição, só restou o navio Victoria. Uma parte da carga de especiarias teve de ser abandonada para que a embarcação seguisse viagem. Em maio de 1522, a nau dobraria o cabo da Boa Esperança. Dezoito dos seus homens conseguiram regressar a Sevilha.