Segundo as estatísticas, o mundo do espectáculo, o setor do show business tal e como o conhecemos… nem sempre alberga a estabilidade ou a vida de sonho que nos apresentam em muitos casos os meios de comunicação. Os números falam por si só: a taxa de desemprego entre os atores e atrizes de cinema e televisão ronda os 90%, pelo que apenas um 2% da população é capaz de viver da sua profissão.
Por outro lado, aqueles intérpretes que tem a sorte de preservar uma trajetória duradoura, supõe uma minoria frente aos 70% cujo momento alto não se extende mais além de um ano em toda a sua carreira. Não é nenhum segredo que até os nomes mais influentes tem os seus altos e baixos, mas será possível detetar com mais ou menos exatidão quando se produzirão estes períodos? Ou quando terá lugar o período de maior explendor de uma estrela de cinema?
Desde a universidade britânica de Queen Mary, acham que sim. Graças à inteligência artificial, uma equipa de matemáticos conseguiu desenvolver um algoritmo que dá a conhecer o melhor ano da carreira de um ator ou atriz. E não é só isso, também nos permitirá saber em concreto se esse ano está por chegar ou se no contrário, já passou sem termos dado conta.
Segundo Oliver Williams, da Escola de Ciências Matemáticas: “O ano mais produtivo da carreira de um ator define-se como aquele no qual teve um maior número de trabalhos acreditados (…) Só uns poucos serão premiados com um Óscar e imprimiram as suas mãos no Passeio da Fama (de Hollywood, Estados Unidos), mas isso não é o importante para a maioria dos atores e atrizes que simplesmente querem ganhar a vida, o que provavelmente é uma melhor forma de quantificar o êxito numa indústria tão dura”.
No estudo levado a cabo (e publicado na Nature Communications), observam-se os sinais que precedem ou seguem essa época de bonança ou “annus mirabilis” e, a partir das mesmas, são feitas previsões com uma precisão de 85%. Assim, tendo como base de dados o IMDB (Internet Movie Database), uma das maiores e mais populares fontes em matéria cinematográfica, foi possível analizar a trajetória de 1,5 milhões de atores e 896.000 atrizes desde 1888 até 2016.
Esta análise não só deu lugar ao dito algoritmo. Com o tempo, deu visibilidade à “grande evidência da diferença de género” na indústria. As atrizes tem carreiras mais curtas, o seu auge tende a ocorrer no início da carreira e é muito mais díficil recuperarem de um período díficil. Também se demonstra que casos como os de atores que retomam a interpretação após uma queda ou um longo afastamento, está entre os factos mais difíceis de prever.
Em todo o caso, e sempre de acordo com os experts, “o destino de cada ator não está completamente determinado”. Quem sabe se num futuro próximo este algoritmo não poderá ser aperfeiçoado e influenciará as decisões de estrelas e artistas de toda a índole. Imaginemos ser capazes de calcular a possibilidade de êxito ou de alcançar a fama mundial?
Fonte: EFE