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#MeToo, o movimento que denuncia casos de assédio sexual

#MeToo é um movimento que ajuda mulheres vítimas de assédio ou agressão sexual a denunciarem e partilharem as suas experiências em primeira pessoa de forma a reunir o maior número de testemunhos possíveis. Na verdade, o movimento teve início há muitos anos atrás mas foi só por volta de Outubro de 2017, que este recebeu maior protagonismo à raíz do conturbado escândalo que envolveu o produtor cinematográfico norte-americano, Harvey Weinstein.

Tarana Burke, é a activista por detrás desta campanha que pretende dar voz às vítimas de abusos sexuais. Em 1996, Burke ouviu o testemunho de uma menina vítima de abuso por parte de um familiar e desde então foi incapaz de cruzar os braços. Criou o movimento #MeToo (em português Eu Também) para ajudar mulheres vítimas de abuso, agressão ou exploração sexual.

Nos últimos tempos, Burke conseguiu angariar diversas aliadas na sua luta, sendo que uma das maiores vozes do movimento tem sido a actriz Alyssa Milano. Milano convidou mulheres de todo o mundo, religião ou classe social a denunciar este tipo de abusos via Twitter. No entanto, nunca poderia imaginar o impacto e repercussão que as suas palavras iriam tomar tanto nas redes sociais como nos meios de comunicação social.

O movimento tornou-se viral nas redes sociais. No Twitter o hashtag, #MeToo já foi usado por mais de 500.000 pessoas, sendo que entre elas é possível encontrar diversas celebridades. No Facebook, o hashtag foi utilizado por mais de 4.7 milhões de pessoas em 12 milhões de entradas durante as primeiras 24 horas.

São várias as indústrias onde o debate se levantou, desde a música, às ciências passando pela política muitas tem sido as vozes a favor deste movimento. A actriz Uma Thurman foi um dos rostos do assédio e publicou a seguinte mensagem na sua conta de Instagram “I said I was angry recently, and I have a few reasons, #metoo, in case you couldn’t tell by the look on my face”. (“Eu disse que estava chateada recentemente, e tenho algunas razões #metoo, no caso de que não tenhas percebido pela expressão na minha cara.”).​

Mas também tem sido diversos os artistas a demonstrar publicamente o seu desagrado contra o movimento. Entre eles destacam-se Catherine Millet, Ingrid Caven e a actriz francesa Catherine Deneuve. O movimento atraiu muita atenção mediática o que conduziu a uma campanha de acusações pública que segundo Deneuve, “não tiveram a oportunidade de responder nem defender-se” contra tais acusações.

No entanto este movimento não é exclusivo para o sexo feminino. Actores, como Terry Crews​ e James Van Der Beek, também usaram o hashtag para partilhar as suas próprias experiências pessoais nas quais foram vítimas de assédio e outros para reconhecer comportamentos erróneos para com as mulheres, utilizando o hashtag “HowIWillChange”.

Que medidas se deverão usar para combater o assédio? Terá sido este movimento uma arma eficaz para travar e dar voz às vítimas?