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O FÓSSIL DOS 100 MILHÕES DE ANO DE ATRASO

Em 2013, Ethan Schuth descobriu o fóssil mais antigo de um réptil herbívoro durante uma viagem com a sua turma de Geologia da Universidade de Oklahoma. Chamaram-no de “Gordodon Kraineri”. Gordodon é o resultado da combinação das palavras “gordo” e “odon”, dente em grego. Karineri vem do geólogo austríaco Karl Krainer, investigador no suroeste dos Estados Unidos.

Até aqui tudo normal, pelo menos dentro do âmbito paleontológico. Após anos de trabalho de extracção, tratamento e investigação por parte do Museu de História Natural e Ciência de Albuquerque, Novo México, sabe-se que este descobrimento atrasa em 100 milhões de anos a compreensão da evolução herbívora. Segundo Spencer Lucas, curador de Paleontologia do museu isto obriga a repensar a forma como os paleontólogos entendem a história dos repteís herbívoros. “Teremos que reescrever os livros de História” disse o próprio.

Gordodon tem 300 milhões de anos e a chave da sua descoberta está na estrutura avançada do seu crânio, as suas mandíbulas e os seus dentes. O seu esqueleto fossilizado está incompleto, mas perfeitamente conservado, o que permitiu determinar o seu tamanho e o seu peso, similares ao de um labrador. Aproximadamente 1,5 metros e uns 34 kilos.

Esta nova espécie de herbívoro, insólita em répteis com mais de 200 milhões de anos de antiguidade, foi no seu dia um réptil conhecido pelo seu aspeto característico e cuja alimentação continha mais do que vegetais. Também sementes e frutas, o que o fazia mais selectivo e o assemelhava aos veados e coelhos atuais. A estância de Gordodon em Albuquerque está perto do fim e em breve voltará a casa. Mais concretamente, ao Museu de História do Espaço em Alamogordo, Novo México.

Este foi só outro dos muitos descobrimentos que nos fizeram corrigir aquilo que demos por certo acerca do nosso planeta num tempo no qual ele era mais “jovem”. Agora qual será a próxima descoberta?

Fonte: EFE