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Odisseia estreia especial “Afeganistão”

No momento em que o mundo assiste ao regresso ao poder dos talibãs após a retirada das forças militares dos Estados Unidos e dos seus aliados, o canal Odisseia estreia o especial “Afeganistão, para lá das notícias”, um bloco de cinco produções, para ver a partir de dia 8 de setembro, a partir das 22h30.

O especial arranca com “Afeganistão, o País Ferido”, uma série documental composta por quatro episódios, para ver todas as quarta-feiras entre 8 e 29 de setembro, que, através de imagens de arquivo inéditas e dos testemunhos de homens e de mulheres, contam a história do Afeganistão desde os anos 60 até aos dias de hoje.

Vencedor do FOCAL International Awards 2021 e do Grimme Award 2021, este trabalho foi ainda nomeado para os Rockie Awards 2021 e RealScreen Awards 2021, tendo sido finalista do Rose D’Or 2020.

Nos anos 60, havia paz no Afeganistão e o rei Mohammed Zahir Shah abriu o país ao mundo. Cabul parecia uma capital europeia, as mulheres conseguiram mais liberdade e podiam vestir-se como queriam. Era um destino para os hippies à procura de drogas baratas e aventuras exóticas. No entanto, o país encontrava-se numa encruzilhada entre o Oriente e o Ocidente, o islamismo e o comunismo, a modernidade e a tradição. Com a chegada ao poder dos soviéticos, no final da década de 1970, estas incongruências rebentaram e começaram uma série de guerras que não terminaram.

Afeganistão, a País Ferido”, narrado na sua versão original por Khal Hosseini, o autor de “O Menino de Cabul”, revê seis décadas da história do Afeganistão, através do olhar daqueles que estiveram lá: soldados e civis, homens e mulheres. As suas recordações pessoais da idade de ouro, a ocupação soviética, a guerra civil, o regime talibã, o 11 de Setembro e as suas consequências, abrem novos pontos de vista sobre o Afeganistão, as suas pessoas e o seu destino.

As histórias aqui relatadas refletem uma seleção precedente de material de arquivo inédito proveniente do Afeganistão, da Rússia e do mundo árabe. Esta série documental oferece uma nova perspetiva sobre tudo aquilo que tragicamente correu mal no passado e sobre o que se espera do futuro.

A 6 de outubro, o canal Odisseia estreia “Quero Recuperar o Meu País: A Luta das Mulheres Afegãs”, um documentário que conta com testemunhos de várias protagonistas e apresenta uma seleção inédita de imagens de arquivo que ajudam a rever a situação e os sonhos das mulheres afegãs.

Sima Samar, Ministra dos Assuntos das Mulheres, Zohra Yousuf, Miss Afeganistão, Nilofar Ibrahimi, médica que negoceia com os talibãs e Nadia Ghulam, a rapariga que fingiu que era um rapaz, são algumas das participantes.

Desde os anos 60, o Afeganistão passou de uma época dourada ao inferno da guerra. Agora, a chegada dos talibãs ao poder acaba com as esperanças dos cidadãos, sobretudo das mulheres que aspiravam desempenhar um papel ativo no futuro do país.

Com uma seleção inédita de imagens de arquivo e os testemunhos íntimos de seis mulheres de diferentes gerações e origens, este documentário reflete a situação, a miséria e os sonhos de muitas mulheres afegãs.

Ninguém sofreu mais com os conflitos e as dramáticas reviravoltas do poder no Afeganistão como as suas mulheres. Perderam lares e familiares, foram privadas dos seus direitos mais elementares e viram-se obrigadas a escolher entre a segregação e o exílio. Ao ouvir as vozes das protagonistas deste documentário, fica claro que estas mulheres são verdadeiras heroínas da história afegã.

“Afeganistão: mulher, presidente da câmara e combatente” é o documentário que se segue a 13 de outubro, a partir das 22h30, para dar a conhecer Zarifa Ghafari, de 27 anos, a primeira Presidente da Câmara mulher na província de Wadark e a mais jovem no cargo que declarou guerra aos grupos mafiosos da zona.

Desde 2018 que Zarifa é Presidente da Câmara de Maidan Shar, uma cidade de 35 mil habitantes a sudoeste de Cabul, sendo que é muito raro encontrar mulheres nestes cargos de liderança no Afeganistão e muitos homens sentem-se ultrajados com esta situação.

A província de Wadark é governada pelos talibãs e as poucas mulheres que se atrevem a sair à rua usam burca. Os vastos territórios sem lei encorajam as atividades de grupos mafiosos aos quais Zarifa declarou guerra, por isso, recebe ameaças constantes, mas consegue manter a calma e a confiança apesar do perigo e do medo.

“Afeganistão: Dará à Luz no Caos”, é exibido pelas 22h55 para mostrar que até os recém-nascidos se tornam alvos na guerra. No dia 12 de maio de 2020, um grupo armado atacou uma maternidade dos Médicos Sem Fronteiras em Cabul, matando 25 pessoas, na sua maioria mulheres prestes a dar à luz. A sociedade afegã ficou em estado de choque, apesar de já ter testemunhado inúmeras matanças indiscriminadas.

De Cabul às províncias mais remotas, este trabalho investiga o que significa a maternidade e a paternidade no Afeganistão. Conheceremos parteiras que desafiam os mísseis perto da linha de fogo, enquanto outras trabalham num hospital às mãos dos talibãs, os mesmos que há vinte anos as proibiram de sair das suas casas. O estatuto da mulher vinha a progredir desde a queda dos talibãs em 2001, mas as crenças arcaicas persistem, mesmo entre mulheres educadas que costumam confiar mais na bruxaria do que nos ginecologistas.

Por último “Afeganistão: Viver num Território Talibã” estreia às 23h19 dando a conhecer um grupo de repórteres que se aventurou em território talibã para conhecer, em primeira mão, como vivem e se organizam os insurgentes.

Em maio, quando os talibãs já dominavam uma grande parte do país, um grupo de repórteres entrou em território talibã, conseguiu acesso às principais instituições e mostrou como vivem e se organizam os insurgentes, como se financiam, como aplicam a justiça e como proliferam as escolas e os centros de saúde talibãs perante o abandono das instituições oficiais.