“Vida Abaixo de Zero“, a premiada série da BBC, estreia no canal Odisseia, dia 3 de fevereiro, pelas 22h10.
Uma produção da BBC, “Vida Abaixo de Zero” é uma série documental em formato reality show que dá a conhecer a vida de quatro famílias diferentes, enquanto enfrentam as dificuldades de viver numa região isolada do Alasca, onde as temperaturas são das mais baixas do planeta. Vencedora do Prémio Emmy do Primetime para Melhor Fotografia e Melhor Edição para um Reality Show, ao longo de dez episódios, a série irá apresentar aos espectadores os desafios de viver nestas regiões distantes do planeta, onde os recursos são escassos e os perigos são constantes.
As regiões do ártico polar são historicamente locais de difícil sobrevivência, mas isso não impossibilitou que várias comunidades se tivessem estabelecido na região ao longo dos séculos. Com mais de 14.000 espécies de animais terrestres e 7.600 espécies aquáticas, esta região pode não ser ideal para o desenvolvimento de flora, mas a sua fauna é rica e uma forte fonte de subsistência.
Ao longo da história, muitas têm sido as civilizações que têm arriscado tudo ao viver em zonas isoladas nos extremos do planeta, onde as temperaturas raramente alcançam os graus positivos. Os Inuítes são exemplo disso mesmo, uma sociedade migratória que se estabeleceu nas áreas árticas do Canadá, Alasca e Gronelândia por volta de 1100 d.C. Desde então, o povo tem demonstrado uma grande resiliência às temperaturas geladas que se fazem sentir no Polo Norte ainda nos dias de hoje.
Os povos gelados
Atualmente, os Inuítes são apenas um dos vários povos que tratam a região do ártico como sua casa, juntando-se ao povo Sámi, Evenki, Iñupiat e Khanty, entre muitos outros. Todos estes povos têm origens e culturas distintas, não existindo grande interação entre si. Este isolamento permite que as suas culturas se mantenham intactas mesmo após séculos de exploração por parte das civilizações modernas.
O povo Sámi, ou Lapões, são uma das comunidades indígenas mais numerosas da Europa, possuindo uma população estimada de aproximadamente 100 mil indivíduos, e está espalhada pelas regiões da Noruega, Suécia, Finlândia e Rússia. Entre todas as civilizações indígenas polares, esta é a que mais se encontra modernizada, tendo como membro mais famoso da sua comunidade a atriz norte-americana Renée Zellweger, que é descendente direta de membros do povo Sámi.
Os inuítes, por sua vez, são descendentes do povo Thule e partilham elementos culturais com Dorset, uma civilização do ártico já extinta que habitou durante séculos o norte do Canadá. Nos dias de hoje, o povo Inuíte está maioritariamente concentrado na região do Canadá, onde habitam em reservas estabelecidas pelo governo local desde 1950. Este povo utiliza a indústria do turismo como forma de monetizar as suas terras, com o objetivo de modernizar o seu território.
O Iñupiat, é um povo pouco numeroso composto por 34 pequenas vilas localizadas nas áreas mais extremas do Alasca. A comunidade desenvolveu rigorosas estruturas sociais, pelas quais se governaram durante vários séculos, até a colonização por parte dos norte–americanos os ter anexado. No entanto, nos dias de hoje, o povo Iñupiat continua a demonstrar um nível de soberania acima do que é habitual entre os restantes povos indígenas dos EUA, possuindo as suas próprias leis e autoridades.
Sobreviver abaixo de Zero
Sobreviver em regiões nas quais as temperaturas chegam muitas vezes aos -30 ºC não é tarefa fácil, sendo necessário o desenvolvimento de estratégias que permitam combater as temperaturas extremas destes locais. Ao longo de mais de 300. 000 anos, os humanos têm vindo a desenvolver formas de superar as adversidades do frio. Uma vez que a flora é escassa devido à neve e ao frio, estes povos utilizam a caça como principal fonte de nutrição, possuindo dietas que têm por base a gordura animal. As focas são exemplo disso mesmo, sendo ricas em ferro e vitamina A, uma nutrição que os ajuda a resistir ao frio.
A pesca é também uma grande fonte de nutrição, embora mais arriscada, devido à instabilidade dos lagos e rios. A prática da caça contribui também para a recolha de peles, principalmente de urso, que permitem construir agasalhos para resistir aos ventos fortes e às temperaturas geladas. Para além disso, os lobos domésticos servem também como uma forte ajuda para que se consigam movimentar de forma rápida utilizando trenós.
As suas habitações, por outro lado, já não são à base da construção de iglôs, optando por casas mais modernas e permanentes, fabricadas com o uso de madeiras locais. Os iglôs são agora destinados a casos de emergência, quando tempestades de neve inesperadas impossibilitam o regresso a casa. Além disso, muitos destes povos já adotam medicina moderna, com recurso a medicamentos que os ajudam a superar os efeitos nefários do frio.
Vem descobrir!
O canal Odisseia vai emitir os novos episódios de “Vida Abaixo de Zero“, a partir do dia 3 de fevereiro, pelas 22h30.
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