A 5 de outubro de 2010, Portugal comemorava o centenário da proclamação da República e iniciava um caminho incerto a todos os níveis. Atacado pelos mercados e com a economia na bancarrota, o Natal em Portugal foi especialmente duro para os 20% da população que vivia abaixo do limiar da pobreza.
Em março de 2011, o Primeiro-ministro viu-se obrigado a apresentar a demissão, uma vez que o parlamento não aceitou o seu plano de ajuste económico. Em maio, os líderes da zona Euro aprovaram oficialmente um resgate de 78 mil milhões de euros. Em junho, as eleições gerais deram Passos Coelho, do Partido Social Democrata, como vencedor. Nos primeiros cem dias do mandato, com a aprovação da troika, o governo aplicou um draconiano pacote de medidas, entre as quais figuravam a subida do IVA na luz e na água de 6 para 23%, a redução de prestações sociais, a redução do subsídio de desemprego e a supressão de cinco mil postos de trabalho no Ensino. Além disso, as privatizações de setores estratégicos sucederam-se a toda a velocidade. Sem saber, os portugueses transformaram-se em cobaias da regulamentação social europeia. Através de entrevistas com algumas das figuras mais importantes da sociedade portuguesa, o Odisseia analisa a fundo a convulsa situação política, económica e social que Portugal atravessa.