Descobre o percurso e a complexa personalidade do homem responsável pelo período de guerra e escuridão que assolou a Europa e o mundo durante a década de 30 e 40 do séc. XX.
No momento em que se comemoram os 80 anos do desembarque da Normandia (Dia D), e neste ano que celebramos os 25 anos do Canal HISTÓRIA, torna-se necessário recordar algumas das figuras que mais marcaram a Segunda Guerra Mundial. Neste artigo, e no seguimento do Especial Dia D: 80 Anos emitido pelo Canal HISTÓRIA, destacamos a ascensão e queda de Adolf Hitler, o líder inquestionável da Alemanha nazi e arquiteto do Terceiro Reich.
Ascensão ao Poder
Filho de Alois Hitler e Klara Pölzl, Hitler teve uma infância marcada por lutas e aspirações artísticas. Após servir no exército alemão durante a Primeira Guerra Mundial, juntou-se ao Partido dos Trabalhadores Alemães, que mais tarde se tornou o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP), ou Partido Nazi. A sua habilidade como orador carismático e sua ideologia radical levaram-no rapidamente à liderança do partido.
Em 1933, Hitler é eleito Chanceler da Alemanha e, após a morte do Presidente Paul von Hindenburg em 1934, os cargos de Chanceler e Presidente fundem-se devido a uma lei promulgada pelo Conselho de Ministros, levando a que Hitler fosse declarado o Führer do Reich alemão.
Assim, instaurou-se o Terceiro Reich, que marcou o estabelecimento de um regime totalitário sob a liderança de Hitler, com o objetivo de criar um Estado alemão racialmente puro e promover a supremacia da raça “ariana”. O regime implementou políticas discriminatórias, como as Leis de Nuremberga, que privavam os judeus dos seus direitos civis e proibiam casamentos inter-raciais.
Hitler também adotou uma política externa agressiva, anexando a Áustria (1938) e invadindo a Checoslováquia (1939), o que desencadeou a Segunda Guerra Mundial em 1939. Durante esse período, o regime nazi promoveu a supremacia da raça “ariana” e desenvolveu uma campanha genocida, mais tarde conhecido como Holocausto, contra os judeus. Esta ação resultou no assassínio sistemático de seis milhões de judeus em campos de concentração como Auschwitz e Dachau.
Personalidade de Adolf Hitler
O psicólogo americano Henry A. Murray realizou durante a Segunda Guerra Mundial uma análise à personalidade de Hitler, com base em discursos públicos de Hitler, escritos autobiográficos e relatos de pessoas que o conheceram pessoalmente.
Murray descreve Hitler como alguém com uma personalidade extremamente complexa, marcada por uma mistura de características contraditórias, destacando a presença de traços:
- Narcisistas,
- Autoritários,
- Paranoicos.
Hitler exibia uma grande autoconfiança e um forte desejo de poder e controle sobre os outros, e para além disso, era altamente persuasivo e manipulador, capaz de exercer um grande impacto emocional sobre as massas.
Partindo das origens da personalidade de Hitler, Murray explorou a sua infância e juventude — momentos que marcam a personalidade de um indivíduo. Desse ponto de partida, sugere que as experiências traumáticas, como a morte do seu pai e o fracasso nas suas aspirações artísticas, podem ter contribuído para o desenvolvimento da sua personalidade distorcida. No entanto, Murray destaca os seus complexos de inferioridade como o principal fator que moldou a sua personalidade. A sua magreza e aparência frágil, o facto de ser oriundo de uma família com menos posses e a sua falta de destreza para qualquer trabalho manual ou desportivo, tudo isto contribuiu para o desenvolver esses sentimentos.
A mãe de Hitler, por quem este nutria grande carinho, acabaria por deixá-lo abandonar a escola. Já em relação ao pai, o pequeno Adolf tinha uma relação de subserviência e temor, mas o seu sentimento era de que o pai exercia a liderança da família com “severidade tirânica e injustiça”.
Vítima do que Sigmund Freud chamou de “complexo de Édipo”, sentia uma forte raiva para com o pai, embora tivesse alguma inveja da sua masculinidade. Murray conta que, em criança, Adolf Hitler sonhava humilhar o pai para recuperar “a glória perdida da sua mãe”. Por isso, quando, aos 12 anos, apanhou os pais a terem relações sexuais, ficou profundamente marcado.
A influência das metanfetaminas
Adolf Hitler e o exército alemão foram influenciados pelo uso de metanfetaminas durante a Segunda Guerra Mundial. Hitler, obcecado pela pureza da raça ariana, começou a receber injeções diárias de glucose e outras substâncias pelo seu médico pessoal, o Dr. Theodor Morell, para aumentar a sua energia e agressividade.
As metanfetaminas, especialmente a droga chamada Pervitina, desempenharam um papel significativo na vida de Hitler durante seu tempo como líder. Usando estas drogas para o aumento da energia e capacidade de trabalho, já que mantinha um horário de trabalho intenso e muitas vezes passava longas horas sem dormir. Além disso, as metanfetaminas também podem ter melhorado seu humor e confiança, contribuindo para seus discursos energéticos e carismáticos.
Queda e Legado
As ambições militares de Hitler acabaram por conduzir ao colapso do Terceiro Reich. A derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundial ocorreu em 1945, com Hitler a suicidar-se no seu bunker em Berlim, a 30 de abril de 1945, quando as forças aliadas se aproximavam da cidade.
O legado de Hitler e do Terceiro Reich é infame. Os crimes do regime contra a humanidade, incluindo o Holocausto, continuam a ser um dos capítulos mais negros da história da humanidade.
Não percas!
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